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domingo, 10 de novembro de 2013

Vidas interrompidas entre deserto e mar








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Na audiência geral o Papa Francisco recordou a dramática vicissitude da menina doente de amiotrofia muscular espinhal

  • Um gesto de caridade por Noemi
  • E convidou a não sermos áridos nem indiferentes diante do sofrimento do próximo



MARIO PONZI


Houve quem chorou esta manhã na praça de São Pedro. Chorou enquanto o profundo silêncio que se apoderou da praça se transformou em oração. Uma oração pedida pelo Papa Francisco por uma menina que está prestes a ir para o céu. "Chama-se Noemi" informou o Papa. "Esta manhã fui visitá-la" e ela "sorria, coitadinha!". "Façamos um acto de amor por ela" mesmo "se não a conhecemos" porque ela "é uma de nós". Noemi, uma criança que nasceu há dezasseis meses na província de Chieti, aguarda que a doença genética que a atingiu - a amiotrofia muscular espinhal (Ame) - conclua inexoravelmente o seu percurso. Ao lado dela só o amor impotente do pai Andrea e da mãe Tahereh. E desde o dia 14 de Outubro deste ano, ou seja, desde quando o telemóvel de Andrea Sciarretta tocou anunciando o telefonema, aos pés do seu berço de dor está também o amor do Papa Francisco. Nunca mais os deixou sozinhos. Pediu ao arcebispo Krajewski, o seu esmoler, que os seguisse de perto. Desde então os contactos foram frequentes. A última vez que D. Krajewski os visitou nos Abruzos foi no dia de Todos os Santos. O Papa quis que lhes levasse pessoalmente os seus votos e que rezasse com eles como se fosse ele a fazê-lo.
Depois ontem de manhã um telefonema angustiado ao telemóvel do esmoler: "Padre, sou o Andrea. Já não há mais tempo. Noemi está a morrer...". "Vem, vem imediatamente. Sem dúvida, o Papa receber-vos-á". O tempo de se organizar e esta manhã cedo, a viagem para Roma. Às 9h00 o Papa Francisco abraçava Noemi. Acariciou-a ternamente, beijou-a comovido, abençoou-a jubiloso com a mesma alegria que extraordinariamente iluminava o rosto de Noemi. Certamente não sabe o que lhe está a acontecer, sobretudo não sabe porquê precisamente a ela; mas nos seus olhos entrevê-se aquela luz que, como escreveu o pai na carta enviada ao Papa nos primeiros dias de Outubro, transmite a quem olha para ela "coragem e força de viver".
A história de Noemi tornou-se de domínio público há alguns meses, quando na Itália explodiu a polémica sobre a chamada "cura estaminal", um protocolo terapêutico que prevê o uso de células estaminais para curar doenças neurodegenerativas como precisamente a amiotrofia muscular espinhal de que sofre Noemi, a esclerose lateral amiotrófica e outras. Noemi nasceu a 31 de Maio de 2012. Em Outubro foi-lhe diagnosticada a Ame. É uma condenação à morte. Só tem alguns meses de vida. Começou assim o seu longo calvário com os pais que sentem crescer o amor pela sua menina em igual medida do desânimo devido a uma impotência evidente. Ouvem falar da cura estaminal e dos progressos de outra criança nas mesmas condições de Noemi. Pedem, segundo a praxe quando se trata de curas estaminais, a autorização ao juiz. É-lhes negada. Apresentam recurso mas entretanto Noemi piora. É internada em Bolonha devido a uma grave pneumonia. Arrisca a vida. E precisamente naqueles dias chega o não definitivo. Começam a perder todas as esperanças. Unem-se aos muitos doentes que decidem manifestar acampando em Roma na praça Montecitorio. Certamente não podem ficar tanto tempo como fazem os outros. Mas permanecem solidários também quando morre o primeiro daqueles que tinham ido à praça para reclamar o direito de tentar todas as vias possíveis para voltar a dar vida à esperança.
Algo surge em Andrea quando ouve na televisão "um homem santo - escreverá depois na carta ao Papa - convidar todos a não deixar que lhes roubem a esperança". Abandonados por um mundo totalmente indiferente ao sofrimento do próximo, Andrea decide escrever ao Santo Padre. Uma carta cheia de amor, dir-lhe-á depois o Papa Francisco ao telefone. "Padre, apelamos para si". Peço-lhe que nunca nos abandone, não abandone Noemi. Um Estado não pode decidir se devemos viver ou morrer. Peço-lhe isto com humildade, caridade e amor".
O Papa Francisco não os abandonou. Telefonou ao pai de Noemi e depois de lhe ter garantido a sua proximidade "perguntou-me - contou Andrea - o que poderia fazer por mim. Dei-lhe a entender que somos invisíveis aos olhos de todos. Pedi-lhe que se tornasse presente também com os outros que vivem os meus mesmos sofrimentos".
A oração desta manhã na praça de São Pedro foi a primeira resposta do Papa Francisco. Mas se garantiu a Andrea que continuará a seguir o seu caso deve-se considerar que o fará certamente. Entretanto, D. Krajewski está pronto para ir entre quantos manifestaram na praça Montecitorio, acompanhado pelo médico pessoal do Papa, para expressar a proximidade do próprio Pontífice o qual "pretende partilhar com aqueles doentes - disse-nos o esmoler - todos os momentos do seu sofrimento e o seu médico pessoal, se for necessário".

(©L'Osservatore Romano - 7 de novembro de 2013)


O Santo Padre no cemitério romano do "Verano" 

  • Vidas interrompidas entre deserto e mar







Existências interrompidas entre deserto e mar, enquanto "procuravam a libertação, uma vida mais digna". Vidas que o Papa Francisco não consegue esquecer. E assim no dia 1 de Novembro, solenidade de todos os Santos, as vítimas de mais uma tragédia da imigração estiveram no centro de um dia marcado pela recordação, em comemoração de quantos nos precederam na outra "margem" onde se lança "a âncora da esperança" cristã. Uma esperança que no "Verano" foi simbolicamente representada pela rosa vermelha depositada sobre uma das sepulturas históricas do cemitério monumental romano, onde o Papa Francisco celebrou a missa pelos finados, retomando uma antiga tradição interrompida há vinte anos. O Pontífice improvisou a homilia, para que fosse compreensível na sua simplicidade espontânea e que, portanto, pudesse captar de modo imediato a imagem "tão bonita" daquele Céu - do qual falava o trecho do Apocalipse lido durante a celebração - ao qual só podemos aceder se formos lavados pelo sangue de Cristo. E no Angelus na praça de São Pedro, o Papa Francisco relançou a mesma imagem da humanidade sofredora, por causa do ódio trazido ao mundo "pelo diabo". E pediu orações pelas vítimas deste ódio.

(©L'Osservatore Romano - 7 de novembro de 2013)


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Rebeldes sírios apoiados pelos EUA massacram vila cristã

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