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domingo, 24 de novembro de 2013

[ZP131124] O mundo visto de Roma


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O mundo visto de Roma
Serviço semanal - 24 de Novembro de 2013


Preparação para o matrimônio 
Preparação próximo ao matrimônio: a sexualidade é fonte de alegria e prazer (CIC2362) 
No contexto de uma cultura que deforma gravemente ou chega até a perder o verdadeiro significado da sexualidade humana,[...] a Igreja sente como mais urgente e insubstituível a sua missão de apresentar a sexualidade como valor e tarefa de toda a pessoa c 
Papa Francisco 
Francisco aos jogadores de rugby: Avança-se juntos rumo à meta" 
O santo padre encontra as nações da Argentina e Itália. Faz uma metáfora sobre a vida e o rugby 
Jovens e anciãos são o futuro de um povo 
Na videomensagem enviada aos participantes do terceiro festival de Doutrina Social, papa Francisco convida a reavaliar o cooperativismo católico 
Papa Francisco: "No Templo se adora o Senhor" 
Durante a homilia em Santa Marta o Papa Francisco exorta a prestar atenção no encontro com Deus, antes mesmo que nos ritos 
Nossos sacerdotes necessitam de compreensão e de apoio, inclusive no âmbito pessoal 
As palavras do papa Francisco dirigidas aos Patriarcas das Igrejas orientais católicas e os arcebispos maiores 
Todos os pecadores precisam do perdão de Deus: mesmo o papa se confessa a cada 15 dias 
Audiência geral: Francisco lembra que a Igreja é a serva do ministério da misericórdia e convida os sacerdotes a não "maltratar" os fiéis na confissão. Papa também reza pelas vítimas das enchentes na Sardenha. 
Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira 
O Santo Padre nos lembra que Deus não se cansa de perdoar e que nós não devemos cansar-nos de pedir perdão 
Homilia do santo padre: Os idosos são o tesouro da sociedade 
Francisco recorda o valor da velhice e nos convida a cuidar dos nossos avós 
Atenção ao pensamento único globalizado, ao espírito que negocia tudo, até mesmo a fé 
O Papa em Santa Marta denuncia o espírito mundano: o "espírito do progressismo adolescente" e a "globalização de uniformidade hegemônica" 
Santa Sé 
O Papa recebe o primeiro-ministro da Bósnia e Herzegovina 
Manifestou satisfação no diálogo sobre as relações bilaterais, graças ao Acordo de 2006, e abordou questões como os novos desafios do País e a contribuição dos católicos na sociedade 
Igreja e Religião 
Festa de Nossa Senhora da Apresentação: Padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal 
Programação incluiu vigília e procissão fluvial. Cerca de 15 mil pessoas participaram da Santa Missa 
Simpósio Fé e Missão: Novas Expressões para uma Nova Evangelização 
Procissão da Festa de Cristo Rei e do encerramento do Ano da Fé integram a programação do dia 24 
Condolências do papa pelas vítimas da enchente na Sardenha 
Telegrama ao presidente da Conferência Episcopal da Sardenha: pontífice "espera que não falte a solidariedade nem a ajuda necessária" neste momento difícil 
CNBB divulga mensagem para celebração do Dia da Consciência Negra 
Recorda os desafios e a luta contra a escravidão moderna, e em prol da cidadania dos afrodescendentes 
Cardeal Ouellet exorta: todo o continente americano seja uma tilma eclesial de discípulos, missionários, carismas 
Peregrinação-encontro Nossa Senhora de Guadalupe, Estrela da Nova Evangelização no Continente Americano 
A primeira exortação apostólica de Francisco encerra o Ano da Fé 
Na missa deste domingo, será apresentado simbolicamente o texto da Evangelii Gaudium e serão expostas as relíquias de São Pedro 
"Nossa missão é ser a imagem viva de Jesus" 
Durante sua primeira homilia como Bispo, o secretário-geral do Governatorato da Cidade do Vaticano, Dom Fernando Vergez, expressou sua gratidão ao Papa Francisco e aos Legionários de Cristo 
Cultura e Sociedade 
O túmulo do Apóstolo Pedro na Necrópole do Vaticano (Parte II) 
A existência das relíquias do santo é confirmada por análises científicas 
O túmulo do Apóstolo Pedro na Necrópole do Vaticano (Parte I) 
A existência das relíquias do santo é confirmada por análises científicas 
Brasil: "Os cristãos devem levar o sal e a luz do Evangelho ao mundo da política" 
Entrevista com Dom Henrique Soares. Orientações para os católicos nas próximas eleições 
Quando o pudor e a castidade podem se tornar ilícitos no Brasil 
Reflexões sobre o PL 122, projeto de lei que criminaliza preconceitos contra homossexuais 
Holanda: organizações pedem um basta à exploração sexual de menores 
200 grupos se reuniram em Haia para pedir a proibição da associação holandesa Martijn, que apoia ativamente as relações sexuais entre adultos e crianças 
Pequeninos do Senhor 
O Rei Jesus Cristo 
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla 
Homens e Mulheres de Fé 
Filipinas: A luta interior para viver, não só para sobreviver, é bem forte 
Superiora provincial da congregação das Filhas de Jesus na região Índico-Pacífico relata como elas viveram em primeira pessoa os dias do tufão 
Papa Francisco recebe o pe. Renato Chiera, que há 40 anos trabalha ajudando os menores de rua no Brasil 
Após a missa em Santa Marta, o padre apresentou ao papa o seu trabalho na Casa do Menor, que ele fundou para ajudar as crianças sem teto 
Familia e Vida 
Filme documentário Blood Money - A indústria do aborto segue em exibição pelo Brasil 
Documentário americano mostra a realidade da indústria do aborto nos Estados Unidos 
300 estudantes pró-vida em Estrasburgo 
Vencedores do concurso Um de nós pedem ao Parlamento Europeu o reconhecimento dos direitos humanos do embrião 
Os cidadãos europeus pedem a defesa da vida 
O porta-voz do comitê italiano do projeto Um de Nós fala do grande sucesso da iniciativa popular 
Liberdade, liberdade... A mais invocada e a mais sufocada pela ditadura do relativismo 
Daí provêm as atuais legislações, que sancionam pesadamente qualquer discriminação por orientação sexual como uma forma de homofobia, novo delito agregado aos códigos penais 
Mundo 
Igreja anglicana: aprovada a ordenação episcopal feminina 
Após uma série de tentativas frustradas, o Sínodo Geral de Londres aprovou a proposta com a maioria dos votos 
Exército fiel ao regime do Presidente de Assad prende dois ativistas cristãos 
Sede da Assyrian Democratic Organization de Hassakè foi invadida na terça-feira 
Jacarta: 5.000 jovens recebem o cardeal Rylko para o encerramento do Ano da Fé 
23 de novembro: dia de encontro e oração a convite da Conferência Episcopal da Indonésia, em evento local da juventude católica 
CNBB e Cáritas lançam campanha para apoio emergencial às Filipinas 
Informações bancárias para ajudar o povo filipino 
Presidente francês se reúne com líderes cristãos em Jerusalém 
Hollande: "a paz pressupõe que todos os direitos sejam respeitados". O patriarca Fouad Twal pede a colaboração da França para conseguir uma solução duradoura para os cristãos na Terra Santa 
150 Guardiães da Criação se encontram em Roma com o papa Francisco 
Alunos de Catânia participarão da audiência geral da próxima quarta-feira, 27 de novembro 
Entrevistas 
Edições CNBB lança concurso natalino com premiações 
Basta responder a frase na fanpage da editora para concorrer a três grandes prêmios. Entrevista com Mons. Jamil, diretor de edição 
Espiritualidade 
O beijo do papa Francisco 
Um reflexão sobre o Papa Francisco 
Encerrando o ano da fé 
Reflexões do arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Maria e a "feminilidade" da Igreja 
Por ocasião da festa de Nossa Senhora da Saúde, o Patriarca de Veneza, dom Moraglia, auspica um papel mais incisivo da mulher nas realidades eclesiais, mas diverso dos carismas eminentemente masculinos 
Análise 
A educação segundo o Concílio Vaticano II 
Princípios da educação cristã 



Preparação para o matrimônio
Preparação próximo ao matrimônio: a sexualidade é fonte de alegria e prazer (CIC2362) 
No contexto de uma cultura que deforma gravemente ou chega até a perder o verdadeiro significado da sexualidade humana,[...] a Igreja sente como mais urgente e insubstituível a sua missão de apresentar a sexualidade como valor e tarefa de toda a pessoa c

Por André Parreira


SãO PAULO, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A preparação para o Matrimônio não pode desprezar uma reflexão sobre a sexualidade na vida do casal. A formação oferecida pela Igreja será um dos poucos momentos onde o casal poderá refletir tal realidade pelo ponto de vista cristão, em contraposição à avalanche de informações, distorcidas em sua grande maioria, que invadem todos os meios de comunicação.

Todos, especialmente os jovens - mais vulneráveis, são bombardeados pela indústria que ganha rios de dinheiro com o sexo livre. Para dar um exemplo, comento que ganhei como brinde uma revista sobre automóveis e a levei para casa. Dias depois, percebi que esta revista tinha duas páginas inteiras com propagandas de preservativos e com imagens do tipo que você já imagina. Como deixar um material desses circulando em minha casa? E o que dizer das propagandas de cerveja em nossas televisões? O que vemos ao entrar nas bancas de jornais?

Situações como essas me fazem concluir que o mundo está intoxicado com a propaganda do sexo como a coisa mais importante da vida.

Estes estímulos ganham força com outra realidade de hoje: o adiamento do casamento para as idades mais maduras (ponto já também comentado nos documentos da Igreja e em nossa coluna). Embora não justifique, isto estimula a vida sexual dos noivos. Conceitos como "nos amamos e vamos mesmo nos casar" são frequentemente utilizados pelos noivos. Em um mundo onde a vida sexual perdeu seu sentido original e as pessoas se entregam até a quem não conhecem, somos tentados a crer que amor e compromisso são justificativas razoáveis. Os cristãos parecem ter esquecido os 10 mandamentos (pare um pouco traga um a um à sua mente!), a castidade e desprezam a realidade do pecado.

Devemos ajudar os noivos a refletirem e construírem o noivado como tempo de conhecimento, mas "infelizmente, para alguns este período, destinado à maturação humana e cristã, pode ser perturbado por um uso irresponsável da sexualidade que não chega à maturação do amor esponsal. E, assim, alguns chegam a uma espécie de apologia das relações pré-matrimoniais"(PSM17),

Aqui, o documento PSM nos faz pensar se nós, enquanto agentes que pastoreiam os noivos, também não temos feito apologia às relações pré-matrimoniais. Pode ser que não as incentivemos, mas vamos achando tudo normal e ficamos tímidos na proclamação da verdade.

Tais comportamentos estão abordados no documento Preparação para o Sacramento do Matrimônio (PSM) quando, no parágrafo 12 cita os "fenômenos que confirmam esta realidade e que reforçam a dita cultura estão ligados a novos estilos de vida que desvalorizam as dimensões humanas" e ainda comenta que um desses fenômenos é o "permissivismo sexual".

Sabemos que é um grande desafio falar deste tema aos noivos de nosso tempo. Mas precisamos apresentar a eles a proposta de vida como caminho de santidade. Não há sentido em reuni-los para repetir os conceitos que vão desestruturando as famílias. "Esta preparação deverá, contudo, garantir que os noivos cristãos tenham ideias exatas [...] sobre a sexualidade [...]." (PSM 35)

Os agentes que acompanham os noivos nesta etapa precisam estar convictos desta realidade e cheios do Espírito Santo para proclamá-la, amparados no estudo e amor pastoral, para serem firmes na doutrina, amorosos e não discriminar aqueles que ainda não a vivem. Lembre-se que a Igreja espera que "colaboradores e responsáveis sejam pessoas de doutrina segura e fidelidade indiscutível ao Magistério da Igreja" (PSM43).

Mas, falar em sexualidade cristã é mais que falar de relacionamento sexual. O catecismo (CIC) nos ensina que "a sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, na sua unidade de corpo e alma." (CIC 2332). Seria bom falar sobre isso com os noivos, mostrando que belo projeto de Deus é o ser humano!

Em um curto tempo de preparação próxima (encontro/curso de noivos) não podemos deixar de levá-los à reflexão que não podem se casar baseados em impulsos sexuais. Um casal não pode pensar que vai viver o relacionamento sexual durante toda a sua vida, além de ser necessária a abstinência em vários momentos (saúde, viagens etc). Assim, devem saber que o amor não se baseia no vigor sexual. Gosto de fazer perguntas incômodas aos noivos para provocar esta reflexão, baseado em fatos reais, como:

Se, ainda no seu primeiro ano de casado, sua esposa sofrer um acidente e ficar com algum tipo de lesão que não a permita, nunca mais, ter contato íntimo, você a abandonará?

De outro lado, é muito importante terem contato com a bela doutrina sobre o relacionamento sexual, onde "no casamento a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um penhor de comunhão espiritual". (CIC2360) Deve ser proclamado como algo bonito e prazeroso, que pode e deve ser bem vivido pelos casais.

Mas ainda encontramos pessoas que pensam a relação sexual matrimonial como pecado. Para estas, entre várias citações da Igreja, gosto de citar o Papa Pio XII, que no ano de 1951 (anterior à chamada revolução sexual!) ensinava: "O próprio Criador estabeleceu que nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou".

Contudo, devem ser advertidos que a vida sexual pode passar por dificuldades, mas não pode ser deixada de lado. O diálogo, que gera conhecimento (Edição do Zenit de 31 de Outubro), também aproximará o casal para conhecer suas dificuldades e procurar caminhos em uma verdadeira amizade. E também não podem esquecer a força que "a graça do sacramento do matrimonio exerce sobre todas as realidades da vida conjugal, e, portanto, também sobre a sua sexualidade: o dom do Espírito, acolhido e correspondido pelos cônjuges, ajuda-os a viver a sexualidade humana segundo o plano de Deus[...]."(FC33)

Paz e bem!

André Parreira (alparreira@gmail.com), da diocese de São João del-Rei-MG, é autor de livros sobre a preparação para o matrimônio e responsável no Brasil pelo DVD "Sim, Aceito!", lançado em parceria com a Pastoral Familiar da CNBB. Empresário, casado e pai de 6 filhos, colabora na formação de jovens e casais e é colunista colaborador de ZENIT.


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Papa Francisco
Francisco aos jogadores de rugby: Avança-se juntos rumo à meta" 
O santo padre encontra as nações da Argentina e Itália. Faz uma metáfora sobre a vida e o rugby

Por Redacao


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Santo Padre recebeu nesta manhã os dirigentes e jogadores dos times nacionais de rugby da Argentina e Itália, que neste sábado se enfrentam no estádio Olímpico de Roma. Durante o seu discurso, Francisco comparou este esporte com a vida real, já que em ambos é preciso "corre em direção à meta" procurando um equilíbrio entre "o grupo e o indivíduo".

O papa disse que "o rugby é um esporte muito simpático, e digo isso porque o vejo assim: porque é um esporte duro, tem muita disputa física, mas não existe violência, há grande lealdade, grande respeito. Jogar rugby cansa, não é um passeio! E eu penso que isso é muito útil também para forjar o caráter, a força de vontade". 

Outro aspecto sobre este esporte que o santo padre quis destacar é "o equilíbrio entre grupo e indivíduo", explicando que "dois grupos compactos, que empurram juntos um contra o outro e se equilibram. E depois estão as ações individuais, as corridas rápidas em direção à meta".

Sobre a palavra meta o pontífice indicou que é importante e nos faz pensar na vida, porque "toda nossa vida tende a uma meta; e esta busca, busca da meta, é cansativa, é necessário lutar, está o compromisso, mas o importante é não correr sozinhos!" Para chegar –disse – é necessário correr juntos, e a bola se passa de mão em mão, e se corre juntos, para chegar na meta".

Não é uma interpretação muito técnica, reconheceu Francisco, "é o modo em que um bispo vê o rugby! E como bispo convido-lhes a colocar em prática tudo isto também fora do campo, coloca-lo em prática na vida de vocês".

Ao concluir as suas palavras, os capitães de ambos os times entregaram ao papa um ramo de oliveira que será plantado simbolicamente no campo onde jogarão amanhã. Lembrando a oliveira que há anos, o então cardeal Bergoglio, plantou em Buenos Aires na Praça de Maio.

Red.Trad.TS


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Jovens e anciãos são o futuro de um povo 
Na videomensagem enviada aos participantes do terceiro festival de Doutrina Social, papa Francisco convida a reavaliar o cooperativismo católico

Por Luca Marcolivio


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A esfera e o poliedro: com esta metáfora "geométrica" o Papa Francisco começou a sua videomensagem enviada ontem a tarde aos participantes do terceiro Festival de Doutrina Social em Verona (21-24 de Novembro).

Referindo-se ao tema da manifestação Menos desigualdade, mais diferenças, o Santo Padre disse assim:

"A esfera pode representar a homologação, como uma espécie de globalização: é lisa, sem facetas, igual a si mesma em todos os lados. O poliedro tem uma forma semelhante à esfera, mas é composto de muitas faces".

A humanidade é, portanto, concebível "como um poliedro, no qual as formas múltiplas, expressando -se, constituem os elementos que compõem, na pluralidade, a única família humana": em torno a esta realidade é possível a "verdadeira globalização" como uma alternativa a uma globalização que é somente "homologação".

Sempre no reconhecimento das diferenças, o Papa Francisco fez uma segunda reflexão "aos jovens e aos anciãos", hoje considerados "descartáveis porque não respondem às lógicas produtivas em uma visão funcionalista da sociedade", nem "a algum critério útil de investimento".

Na economia de mercado, jovens e anciãos, observou o Papa, são considerados "passivos" em quanto que "não são sujeitos de produção", quando na verdade essas duas categorias são "o futuro de um povo".

Enquanto os jovens são "a força para seguir adiante", os anciãos são "a memória de um povo" e a "sabedoria": sem eles "não pode haver verdadeiro desenvolvimento".

Com a porcentagem de jovens desempregados que em alguns países chegam a 40%, estamos diante de uma "hipoteca de um futuro", que se não for resolvido logo, corre o risco de tornar-se "um futuro muito fraco ou um não futuro".

Falando da Doutrina Social da Igreja, o Papa Francisco definiu-a como uma "orientação fruto de reflexão e de operativa virtuosa", útil para "não perder-se", para "orientar as pessoas" e para "conservá-las livres".

"É preciso coragem - continuou ele - um pensamento e o poder da fé para ficar dentro do mercado, para estar dentro do mercado, guiados por uma consciência que coloca no centro a dignidade da pessoa, não o ídolo dinheiro".

A Doutrina Social, ainda que de não simples e imediata aplicação, "quando é vivida gera esperança"; ela contém em si "uma mística" que, aparentemente, parece levar "fora do mercado" mas, ao contrário, "levar pelo contrário grande lucro, porque é capaz de criar desenvolvimento justamente em quanto – na sua visão global - exige que se cuide dos desempregados , das fragilidades, das injustiças sociais e não está sujeita às distorções de uma visão economicista".

Para a economia e o mercado a palavra "solidariedade" , é "quase um palavrão", disse o Papa, ao passo que para a Doutrina Social é uma "palavra-chave". É precisamente a Doutrina Social, de fato, a rejeitar a ideia de que "os úteis sejam de quem produz e a questão social seja deixada para o Estado ou para as ações de assistência e de voluntariado".

Outro elemento importante é a "cooperação", útil para garantir a pluralidade de presenças entre os empregadores" mas também para "garantir o trabalho". Objeto de "incompreensões também a nível europeu", a cooperação é também considerada pelo Papa como um fator sem o qual se chega a um "empobrecimento que deixa lugar às homologações e não promove as diferenças e a identidade".

O Santo Padre desejou portanto a "todos aqueles que estão comprometidos e são atores de reformas cooperativistas, que mantenham viva a memória das suas origens".

O cooperativismo católico pode levar a "novas formas de Welfare" e, na linha da Rerum Novarum, testemunha "a força da fé, que hoje como então é capaz de inspirar ações concretas para responder às necessidades da nossa gente", concluiu o Papa Francisco.

[Trad.T.S]


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Papa Francisco: "No Templo se adora o Senhor" 
Durante a homilia em Santa Marta o Papa Francisco exorta a prestar atenção no encontro com Deus, antes mesmo que nos ritos

Por Luca Marcolivio


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O templo é primeiramente um lugar de oração, de louvor e de adoração ao Senhor. O ritual, os cantos, a liturgia são igualmente importantes mas passam a um segundo plano, com relação ao elemento da relação íntima entre o fiel e Deus presente na Eucaristia. Foi o que disse o Papa Francisco durante a homilia da missa nessa manhã, celebrada na capela da residência Santa Marta.

De acordo com o referido pela Rádio Vaticano, seguindo a Primeira Leitura de hoje (Mac 4,36-37.52-59 ), o Papa disse: "O Templo é o lugar onde a comunidade vai rezar, louvar o Senhor, dar graças, mas especialmente adorar: no Templo se adora o Senhor".

Na cerimônia litúrgica, os cantos e os ritos não são a coisa mais importante, explicou. Antes de mais nada vem a adoração, na qual "toda a comunidade reunida olha para o altar onde se celebra o sacrifício e adora".

O Papa observou depois "humildemente" que "nós cristão talvez perdemos um pouco o senso da adoração, e pensamos: vamos ao Templo, nos reunimos como irmãos – o que é bom e bonito! – mas o centro está ali onde está Deus. E nós adoramos Deus".

Daí a pergunta: "Os nossos templos são lugares de adoração, favorecem a adoração? As nossas celebrações favorecem a adoração?". Citando o Evangelho de hoje (Lc 19,45-48 ), o Santo Padre recordou a expulsão dos mercadores do templo por Jesus: eles tinham trocado o lugar sagrado por um lugar de negócios, porém, não devemos esquecer que nós mesmos somos templos do Espírito Santo.

De fato, é São Paulo que nos lembra: "Não entristeçais o Espírito do Senhor que está dentro de vós!" (Ef 4, 30). "E também aqui – continuou o Papa – talvez não possamos falar como antes da adoração, mas de uma espécie de adoração que é o coração que busca o Espírito do Senhor dentro de si e sabe que Deus está dentro de si, que o Espírito Santo está dentro de si. O escuta e o segue".

Seguir a Deus, no entanto, pressupões uma purificação interior por meio do "Sacramento da Reconciliação" e "da Eucaristia", porque "somos pecadores".

Existem portanto dois templos: "o templo material, o lugar de adoração, e o templo espiritual dentro de mim, onde habita o Espírito Santo" e em ambos "a nossa atitude deve ser a piedade que adora e escuta, que reza e pede perdão, que louva o Senhor", continuou o Papa.

Em conclusão, o Papa falou da "alegria do Templo" , ou seja, o lugar onde "toda a comunidade" está "em adoração, em oração, em ação de graças, em louvor". É com esta atitude de "escuta" e de "disponibilidade" que acontece a oração com o Senhor.

[Trad.T.S.]


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Nossos sacerdotes necessitam de compreensão e de apoio, inclusive no âmbito pessoal 
As palavras do papa Francisco dirigidas aos Patriarcas das Igrejas orientais católicas e os arcebispos maiores


CIDADE DO VATICANO, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Às 10 horas desta manhã, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, o Santo Padre Francisco recebeu os patriarcas das Igrejas orientais católicas e os arcebispos maiores.

Publicamos a seguir as palavras que o papa dirigiu aos presentes na reunião:

Beatitudes,

Eu os acolho com alegria e com espírito de fraternidade neste encontro, em que, pela primeira vez, tenho a oportunidade de conversar com os padres e com os líderes das Igrejas orientais católicas. Através dos seus rostos, eu vejo as suas Igrejas, e, antes de todo o mais, gostaria de lhe assegurar a minha proximidade e a minha oração pelo rebanho que o Senhor Jesus confiou a cada um de vocês. Invoco o Espírito Santo para nos sugerir aquilo que, juntos, devemos aprender e pôr em prática para servir com fidelidade ao Senhor, à sua Igreja e a toda a humanidade.

O nosso encontro me dá a oportunidade de renovar a grande estima pelo patrimônio espiritual do Oriente cristão. Recordo o que o amado papa Bento XVI afirma sobre a figura do chefe de uma Igreja na exortação pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente: vocês são, cito, "os guardiões vigilantes da comunhão e os servidores da unidade da Igreja" (nº 40). Esta unidade, que vocês são chamados a realizar nas suas Igrejas, em resposta ao dom do Espírito, encontra a sua expressão natural e plena na ''união inabalável com o Bispo de Roma" (ibid.), enraizada na comunhão eclesiástica, que vocês receberam juntamente com a sua eleição. Estar inseridos na comunhão de todo o Corpo de Cristo nos torna conscientes do dever de reforçar a união e a solidariedade no seio dos vários Sínodos patriarcais, "favorecendo sempre a consulta sobre questões de grande importância para a Igreja em vista de uma ação colegiada e unitária" (ibid.).

Para que o nosso testemunho seja credível, somos chamados a sempre buscar "a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a mansidão" (ibid., cf 1Tm 6,11); somos chamados a um estilo de vida sóbrio, à imagem de Cristo, que se despojou para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8,9); ao zelo incansável e àquela caridade, ao mesmo tempo fraternal e paternal, que os bispos, sacerdotes e fiéis, especialmente os que vivem sozinhos e marginalizados, esperam de nós. Penso, acima de tudo, em nossos sacerdotes que necessitam de compreensão e de apoio, inclusive no âmbito pessoal. Eles têm direito ao nosso bom exemplo nas coisas concernentes a Deus, como em qualquer outra atividade eclesial. Exigem-nos transparência na gestão dos bens e solicitude para com todo tipo de fraqueza e necessidade. Tudo isso na mais convicta aplicação da autêntica práxis sinodal, que é característica das Igrejas do Oriente.

Com a ajuda de Deus e da Sua Mãe Santíssima, sabemos que podemos responder a este apelo. Por favor, orem por mim. E agora, de muito bom grado, fico à escuta do que vocês querem me comunicar e lhes expresso desde agora a minha gratidão.


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Todos os pecadores precisam do perdão de Deus: mesmo o papa se confessa a cada 15 dias 
Audiência geral: Francisco lembra que a Igreja é a serva do ministério da misericórdia e convida os sacerdotes a não "maltratar" os fiéis na confissão. Papa também reza pelas vítimas das enchentes na Sardenha.

Por Salvatore Cernuzio


ROMA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Padres, bispos e até mesmo papas têm ao menos uma coisa em comum: todos são pecadores necessitados do perdão de Deus, que só pode ser experimentado através do sacramento da reconciliação.

Na audiência geral de hoje, o papa Francisco voltou a reafirmar um dos seus conceitos mais queridos: a infinita misericórdia de Deus, que não se cansa de oferecer aquele perdão de que, como cristãos, todos nós precisamos constantemente. Até mesmo o papa, chefe da Igreja universal, precisa receber o abraço reconciliador de Deus. "O papa também se confessa a cada duas semanas, porque o papa também é um pecador", disse Bergoglio.

Retomando o tema da última quarta-feira, sobre o perdão dos pecados no batismo, o Santo Padre acrescentou hoje outro assunto: o "poder das chaves", símbolo bíblico da missão que Jesus deu aos Apóstolos. "Em primeiro lugar, temos que nos lembrar de que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo", enfatiza Bergoglio, recordando que o Cristo Ressuscitado, na Última Ceia, soprou sobre os Apóstolos e disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; a quem os não perdoardes, ser-lhes-ão retidos". Jesus, transfigurado em seu corpo, disse o papa, já é o homem novo, que nos oferece os dons da Páscoa, o fruto da sua morte e ressurreição: a paz, a alegria, o perdão dos pecados, a missão, mas, acima de tudo, o Espírito Santo, que é a fonte de tudo isso".

O sopro de Jesus, prossegue o Santo Padre, transmite "a vida nova regenerada pelo perdão". O Messias, no entanto, realiza antes outro gesto: "mostra as feridas nas suas mãos e no seu lado", feridas que "representam o preço da nossa salvação". É através das chagas de Cristo que o Espírito Santo traz o perdão de Deus, diz o papa. A partir daí, esse poder passa para os Apóstolos.

Por este motivo, é dito que a Igreja é "a depositária do poder das chaves". Depositária e não dona, precisa Francisco, no sentido de que a Igreja "é a serva do ministério da misericórdia e se alegra todas as vezes que pode oferecer esse presente divino". Desta forma, "Jesus nos chama a viver a reconciliação na dimensão eclesial, comunitária". A Igreja, portanto, "que é santa e sempre necessitada de penitência", nos acompanha no nosso caminho de conversão durante toda a vida.

Mas nem todos percebem hoje essa "dimensão eclesial do perdão", observa o Sucessor de Pedro, porque estão cegados pelo "individualismo" e pelo "subjetivismo" que assola os próprios cristãos. É verdade: o perdão de Deus a cada pecador arrependido ocorre em uma dimensão íntima e pessoal, "mas o cristão está ligado a Cristo e Cristo está unido à Igreja". Assim, para os cristãos, há "um presente a mais", e, ao mesmo tempo, um "esforço a mais": o de passar "humildemente pelo ministério da Igreja".

Neste sentido, o sacerdote se torna uma "ferramenta para o perdão dos pecados". O padre confessor que, como todos os outros, "é um homem que precisa de misericórdia", se torna verdadeiramente um "instrumento da misericórdia" que nos é dada pelo "amor sem limites de Deus Pai". Não tem fundamento a teoria daqueles que evitam o sacramento da reconciliação porque se confessam "diretamente com Deus": "Deus sempre escuta", diz o papa, mas é no confessionário que "ele envia um irmão para trazer o perdão em nome da Igreja".

Por isso mesmo, o papa também precisa recorrer à confissão com frequência. O confessor "ouve as coisas que eu lhe digo, me aconselha e me perdoa, porque todos nós precisamos desse perdão".

Por outro lado, o sacerdote é chamado ainda a perdoar os pecados, isto é, a realizar um "serviço" como "ministro de Deus". Uma tarefa extremamente "delicada", observa o papa, que "exige que o seu coração esteja em paz, que ele não maltrate os fiéis, mas seja leve, benevolente e misericordioso, que saiba semear esperança no coração". Acima de tudo, ele deve ser "consciente de que o irmão ou irmã que se aproxima do sacramento da reconciliação está procurando o perdão e é como se estivesse se aproximando de Jesus para que Ele o cure". Se um padre não tem "esse estado de espírito", afirmou o papa,"é melhor que ele não administre este sacramento até corrigi-lo", porque "os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes os servos do perdão de Deus".

No final da audiência, o papa saudou os peregrinos em vários idiomas.


Neste mês de novembro, exortou ainda o Santo Padre, "não nos esqueçamos dos mortos, dos nossos entes queridos, dos nossos benfeitores e de todos aqueles que nos precederam na fé". A celebração da Eucaristia "é a melhor ajuda espiritual que podemos dar às suas almas, especialmente às mais abandonadas".

Um último pensamento especial foi dedicado às vítimas da enchente que devastou a Sardenha nesta semana. "Rezemos por eles e pelas suas famílias e sejamos solidários com aqueles que sofreram danos", pediu Francisco, encerrando a audiência desta quarta-feira com uma oração silenciosa por todos os "irmãos da Sardenha", que vale muito mais que mil palavras.


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Texto da catequese do Papa Francisco na audiência da quarta-feira 
O Santo Padre nos lembra que Deus não se cansa de perdoar e que nós não devemos cansar-nos de pedir perdão

Por Redacao


ROMA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quarta-feira passada falei da remissão dos pecados, referida de modo particular ao Batismo. Hoje prosseguimos no tema da remissão dos pecados, mas em referência ao chamado "poder das chaves", que é um símbolo bíblico da missão que Jesus deu aos Apóstolos.

Antes de tudo, devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Em sua primeira aparição aos Apóstolos, no cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de assoprar sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23). Jesus, transfigurado em seu corpo, agora é homem novo, que oferece os dons pascoais frutos da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados, a missão, mas, sobretudo, doa o Espírito Santo que de tudo isto é a fonte. O sopro de Jesus, acompanhado das palavras com as quais comunica o Espírito, indica o transmitir a vida, a vida nova regenerada pelo perdão.

Mas antes de fazer o gesto de soprar e doar o Espírito Santo, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no peito: estas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo nos traz o perdão de Deus "passando através" das chagas de Jesus. Estas chagas que Ele quis conservar; também neste momento Ele no Céu faz ver ao Pai as chagas com as quais nos redimiu. Pela força dessas chagas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus deu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito belo olhar assim para Jesus!

E chegamos ao segundo elemento: Jesus dá aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil entender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus dá este poder. A Igreja é guardiã do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Deus perdoa cada homem em sua soberana misericórdia, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus me alcança, as minhas culpas são perdoadas e me é dada a alegria. Deste modo, Jesus nos chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bonito. A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo necessitada de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão por toda a vida. A Igreja não é mestre do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e se alegra todas as vezes que pode oferecer este dom divino.

Tantas pessoas talvez não entendem a dimensão eclesial do perdão, porque domina sempre o individualismo, o subjetivismo, e também nós cristãos somos afetados por isso. Certo, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está ligado a Cristo, e Cristo está unido à Igreja. Para nós cristãos, há um dom a mais, e há também um compromisso a mais: passar humildemente pelo ministério eclesial. Isto devemos valorizar; é um dom, uma cura, uma proteção e também é a segurança de que Deus me perdoou. Eu vou até o irmão sacerdote e digo: "Padre, fiz isto…". E ele responde: "Mas eu te perdoo; Deus te perdoa". Naquele momento, eu estou seguro de que Deus me perdoou! E isto é belo, isto é ter a segurança de que Deus nos perdoa sempre, não se cansa de perdoar. E não devemos nos cansar de ir e pedir perdão. Pode-se ter vergonha de dizer os pecados, mas as nossas mães e as nossas avós diziam que é melhor ficar vermelho uma vez que amarelo mil vezes. Fica-se vermelho uma vez, mas são perdoados os pecados e se segue adiante.

Enfim, um último ponto: o sacerdote instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus que vem dado na Igreja é transmitido por meio do ministério de um irmão nosso, o sacerdote; também ele um homem que como nós precisa de misericórdia, torna-se verdadeiramente instrumento de misericórdia, doando-nos o amor sem limites de Deus Pai. Também os sacerdotes precisam se confessar, mesmo os bispos: todos somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada 15 dias, porque também o Papa é um pecador. E o confessor ouve as coisas que eu lhe digo, aconselha-me e me perdoa, porque todos precisamos deste perdão. Às vezes se ouve alguém dizer que se confessa diretamente com Deus… Sim, como disse primeiro, Deus te escuta sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão para levar o perdão a você, a segurança do perdão, em nome da Igreja.

O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o sacerdote tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja brando, benevolente e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e, sobretudo, seja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão e o faz como tantas pessoas se aproximavam de Jesus para que as curasse. O sacerdote que não tenha esta disposição de espírito é melhor que, até que se corrija, não administre este Sacramento. Os fiéis arrependidos têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servos do perdão de Deus.

Queridos irmãos, como membros da Igreja, somos conscientes da beleza deste dom que o próprio Deus nos oferece? Sentimos a alegria desta cura, desta atenção materna que a Igreja tem conosco? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não nos esqueçamos de que Deus não se cansa nunca de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote nos dá um novo abraço que nos regenera e nos permite levantar e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: levantar-se continuamente e retomar o caminho.

(Fonte: Canção Nova Notícias, Tradução Jéssica Marçal)


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Homilia do santo padre: Os idosos são o tesouro da sociedade 
Francisco recorda o valor da velhice e nos convida a cuidar dos nossos avós

Por Redacao


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Um povo que não respeita os seus avós é um povo sem memória e, portanto, sem futuro. Foi em torno desta ideia que o papa Francisco desenrolou a homilia da missa desta manhã na Casa Santa Marta. O papa comentou a passagem bíblica do ancião Lázaro, do livro dos Macabeus, que escolheu o martírio por coerência com a fé em Deus e para dar um testemunho de retidão aos jovens.

O santo padre explicou que "aquele homem não teve dúvidas na hora de escolher entre a apostasia e a fidelidade", descartando "a atitude de fingir, de fingir piedade, de fingir religiosidade...". Em vez de cuidar de si mesmo, ele pensou nos jovens, no legado que o seu ato de valentia deixaria para eles, destacou o papa.

"A coerência desse homem, a coerência da sua fé, mas também a responsabilidade de deixar uma herança nobre, uma herança verdadeira. Nós vivemos numa época em que os idosos não contam. É feio dizer isso, mas eles são descartados mesmo, não são? Porque incomodam. São os idosos que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, que nos trazem a fé e que nos dão a fé como herança. São eles, como o bom vinho envelhecido, que têm aquela força interior capaz de nos dar uma herança nobre".

Francisco recordou neste ponto uma história que ouviu na infância, cuja protagonista era uma família: "papai, mamãe, os filhos", além do avô, que, quando tomava a sopa na mesa, "se lambuzava e sujava o rosto". Incomodado, o pai explicou aos filhos por que o avô se comportava assim e comprou outra mesa para deixá-lo separado. Esse mesmo pai chegou em casa, dias depois, e viu um dos filhos brincando com a mãe. "O que você está fazendo?", perguntou o pai ao filho. "Uma mesa", respondeu o menino. "E para quê?". "Para você, papai, para quando você for velho como o vovô".

Francisco afirmou que essa história lhe fez muito bem durante a vida toda. "Os avós são um tesouro. Na Carta aos Hebreus, o capítulo 12 nos diz: 'Lembrai-vos daqueles que vos dirigiam, porque eles vos anunciaram a Palavra de Deus: considerai como terminou a sua vida e imitai a sua fé'. A memória dos nossos antepassados nos leva à imitação da fé. A velhice, muitas vezes, é um pouco 'feia' mesmo, não é? Por causa das fragilidades e doenças que vêm com ela, mas a sabedoria dos nossos avós é a herança que nós temos que receber. Um povo que não cuida dos avós, um povo que não respeita os avós, não tem futuro, porque não tem memória, perdeu a memória". 

Francisco acrescentou ainda que "nos fará bem pensar em tantos idosos e idosas, em tantos que estão nos asilos, e também em tantos outros que... É feia essa palavra, mas vamos dizê-la: que são abandonados pelos seus. Eles são o tesouro da nossa sociedade".

"Vamos rezar pelos nossos avôs, pelas nossas avós, que tantas vezes tiveram um papel heroico na transmissão da fé em tempos de perseguição. Quando o papai e a mamãe não estavam em casa e tinham ideias estranhas, que a política daquele tempo ensinava, foram os avós que transmitiram a fé. Quarto mandamento: é o único que promete alguma coisa em troca. É o mandamento da piedade. Ser piedosos com os nossos antepassados. Peçamos hoje a graça aos velhos santos, Simeão, Ana, Policarpo e Lázaro, a tantos anciãos santos: peçamos a graça de cuidar, de escutar e de venerar os nossos antepassados, os nossos avós".


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Atenção ao pensamento único globalizado, ao espírito que negocia tudo, até mesmo a fé 
O Papa em Santa Marta denuncia o espírito mundano: o "espírito do progressismo adolescente" e a "globalização de uniformidade hegemônica"

Por Salvatore Cernuzio


ROMA, 18 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Que o mundanismo é um dos piores inimigos do homem, do cristão, o Papa Francisco disse mais de uma vez. Hoje em Santa Marta, o Papa foi ainda mais longe e advertiu contra o "espírito do mundo que negocia tudo" até mesmo a fé, e sua progênie. Antes de tudo o "progressismo adolescente" que, como adolescentes entusiastas, precisa ceder a tudo e tentar de tudo. E depois, a "globalização", ou, aquele pensamento único que - como afirmado por Bento XVI na Missa da Epifania de 2008: "Não é sinônimo de ordem mundial, mas sim outra coisa".

Devido a estes males, adverte Papa Francisco, acaba-se negociando não só os valores, mas a própria fé. E este é um risco grave. O mundanismo é, de fato, o dilema do nosso tempo, mas suas origens são antigas, desde os Macabeus. O Papa parte da primeira leitura de hoje, para explicar a "raiz perversa" do mundanismo. Nesta, alguns homens "perversos", no comando dos israelitas, convencem o povo de Deus a ir tratar com o rei, para "negociar" com as outras nações para que Israel não fosse isolada. Ao fazer isso, os israelitas abandonaram suas tradições e costumes; se "uniram às nações e se venderam para fazer o mal".

Em outras palavras, diante de uma proposta mundana - disse o Papa - o povo escolhido acaba se afastando de Deus e se aproxima do "espírito do progressismo adolescente", pelo qual se acredita que "avançar em qualquer escolha é melhor do que permanecer no hábito da fidelidade". Nessas negociações com o rei, Israel contraria a "fidelidade ao Deus sempre fiel". E isso - destaca o Papa - é chamado de "apostasia", "adultério", porque negocia "o essencial do seu ser: a fidelidade ao Senhor".

"É precisamente o fruto do diabo", acrescenta duramente Bergoglio, um fruto "do príncipe deste mundo, que nos conduz com o espírito do mundanismo". E por consequência: "assumiram os hábitos dos pagãos" e "o rei prescreveu em todo o seu reino que todos formassem um só povo e cada um abandonasse as próprias tradições". Chegando assim a uma "globalização de uniformidade hegemônica", que - diz o Papa - "não é a bela globalização da unidade de todas as nações, em que estão unidas e cada uma tem suas próprias tradições, é precisamente o "pensamento único": "fruto do mundanismo".

"Todos os povos adaptaram-se às ordens do rei- continuou o Papa, referindo-se à leitura - aceitaram até mesmo o seu culto, sacrificaram ídolos e profanaram o sábado". Por fim, o "rei suscitou uma abominável devastação sobre o altar".

"Isso acontece até hoje!" – comentou Bergoglio- "porque o espírito do mundanismo ainda existe hoje, ainda hoje nos conduz neste desejo de ser progressista sobre um pensamento único. Se alguém fosse encontrado com o Livro da Aliança e se alguém obedecesse a lei, a sentença do rei o condenava a morte: e isso nós lemos nos jornais, nos últimos meses".

"Esse povo – acrescentou- negociou a fidelidade ao seu Senhor; esse povo, movido pelo espírito do mundo, negociou a própria identidade, negociou a pertença a um povo, um povo que Deus ama tanto, que Deus quer como seu povo".

O Papa fez referência ao romance do século XX- Mestre do Mundo- que se concentra sobre "o espírito de mundanismo que leva à apostasia". Hoje, afirma o papa, pensam que "temos de ser como todo mundo, temos que ser mais normal, como todo mundo faz, neste progressismo adolescente". Mas depois, "a história continua", ou seja, "a pena de morte, os sacrifícios humanos". "Vocês acham que hoje não existem mais sacrifícios humanos?" - pergunta o pontífice- "existem muitos, muitos! E existem leis que os protegem".

Diante deste cenário sombrio e incerto, não devemos perder a esperança. Porque- diz Bergoglio- neste "caminho de infidelidade" traçado com o "espírito do mundo" pelo "príncipe deste mundo", conforta -nos saber que "sempre está o Senhor que não pode renegar a si mesmo, o Fiel: Ele sempre nos espera, Ele ama-nos tanto, e Ele perdoa-nos quando nós, arrependidos por qualquer passo, por qualquer pequeno passo neste espírito de mundanidade, nós vamos ter com Ele, o Deus fiel perante o Seu povo que não é fiel" – disse o Papa-.

Então, exorta o Papa "com o espírito de filhos da Igreja rezemos ao Senhor para que com a Sua bondade, com a sua fidelidade nos salve deste espírito mundano que negoceia tudo; que nos proteja e nos faça andar para a frente, como fez caminhar o Seu povo no deserto, levando-o pela mão, como um pai leva o seu menino. Na mão do Senhor estamos seguros."

(Trad.:MEM)


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Santa Sé
O Papa recebe o primeiro-ministro da Bósnia e Herzegovina 
Manifestou satisfação no diálogo sobre as relações bilaterais, graças ao Acordo de 2006, e abordou questões como os novos desafios do País e a contribuição dos católicos na sociedade

Por Redacao


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Papa Francisco recebeu esta manhã em audiência, no Palácio Apostólico Vaticano, o Presidente do Conselho dos Ministros da Bosnia e Herzegovina, Vjekoslav Bevanda.

O Primeiro-Ministro, em seguida, reuniu-se com Mons. Pietro Parolin, Secretário de Estado, acompanhado pelo Arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados. As reuniões – refere um comunicado da Sala de Imprensa vaticana –foram realizadas "em uma atmosfera de cordialidade" , e "deram a oportunidade para uma troca de opiniões sobre a atual situação na Bósnia e Herzegovina " e "sobre os principais progressos que o País espera, como também sobre os esforços para promover uma sociedade sempre mais aberta e respeitosa dos direitos de todos os cidadãos e sobre os desafios que a atual crise econômica impõe".

Durante a audiência, continua a nota, "manifestou-se expressa satisfação pelas boas relações bilaterais, cujo acordo base do 2006 é uma importante expressão, favorecendo a colaboração entre a Igreja e o Estado para o bem comum e o desenvolvimento do País". Por fim, conclui o comunicado, foram tocados "alguns temas relativos à aplicação de tal Acordo, como também a contribuição dos católicos na sociedade". 

(Trad.TS)


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Igreja e Religião
Festa de Nossa Senhora da Apresentação: Padroeira da Arquidiocese e da cidade do Natal 
Programação incluiu vigília e procissão fluvial. Cerca de 15 mil pessoas participaram da Santa Missa


NATAL, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A Arquidiocese de Natal antecipou as comemorações de encerramento do Ano da fé para celebrar junto ao encerramento da Festa da Padroeira Nossa Senhora da Apresentação nesta quinta-feira (21).

A programação começou à meia noite, com uma vigília na Pedra do Rosário. Às 3h30 aconteceu a procissão fluvial, pelas águas do Rio Potengi, até a Pedra do Rosário. Conforme notícia da Tribuna do Norte cerca de 15 mil pessoas participaram da Santa Missa celebrada às 5 horas, presidida pelo pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, Padre Flávio Herculano.

Em texto de autoria do professor e historiador Itamar de Souza, publicado no Fascículo "Nova história de Natal" - Diário de Natal-, lê-se que a história da Padroeira de Natal, Nossa Senhora da Apresentação, baseia-se na tradição oral.

"Conta a tradição que na manhã de 21 de novembro de 1753, pescadores encontraram na margem direita do Rio Potengi, na confrontação da Igreja do Rosário, um caixote que estava encalhado numa pedra. Quando abriram-no, encontraram uma imagem da mãe de Jesus com um menino no colo".

"Em 1990, escrevemos, de Brasília, uma carta ao monsenhor Severino Bezerra, chanceler da Cúria e historiador da Arquidiocese de Natal, fazendo-lhe algumas indagações sobre o orago de Natal – continua o texto-. Na sua carta resposta, ele nos fez a seguinte revelação: "Em 29 de março de 1718, antes da chegada de Nossa Senhora da Apresentação, num inventário por morte de Joana de Barros, em Goianinha, entre as dívidas deixadas pela falecida está: esmola de 5.000 (cinco mil) réis à Nossa Senhora da Apresentação. Só 35 anos depois foi o encontro da imagem" (Carta datada de 20 de maio de 1900)".

"Corrobora esta revelação o que Frei Agostinho de Santa Maria escreveu num livro publicado, em Lisboa, em 1722, citado pelo historiador Luís da Câmara Cascudo: "Na capela-mor daquela matriz se colocou pouco depois um grande e famoso quadro de pintura, em que se vê o mesmo mistério da Senhora historiado... A sua festividade se lhe celebra em 21 de novembro, que é o dia em que a Senhora foi oferecida ao Senhor da Glória". (1980:122)."

O texto explica também que "a referida imagem tinha uma mão estendida, aparentando sustentar alguma coisa. Logo, deduziram que fosse um rosário. Avisado sobre a novidade daquela descoberta, o vigário da Paróquia, Pe. Manoel Correia Gomes pressuroso, dirigiu-se ao local e, incontinenti, conduziu o vulto para a Matriz, ciente de que se tratava de um ícone de Nossa Senhora do Rosário".

Entretanto, como 21 de novembro é, no calendário litúrgico da Igreja Católica, o dia em que se festeja a apresentação da Mãe de Jesus no Templo, deram à imagem que apareceu no Rio Potengi o nome de Nossa Senhora da Apresentação.

(MEM)


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Simpósio Fé e Missão: Novas Expressões para uma Nova Evangelização 
Procissão da Festa de Cristo Rei e do encerramento do Ano da Fé integram a programação do dia 24


SãO PAULO, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A Comunidade Católica Shalom em parceria com a Arquidiocese de São Paulo realiza nos dias 23 e 24 de novembro o Simpósio sobre Fé e Missão: "Novas Expressões para uma Nova Evangelização". Com palestras baseadas na encíclica "Lumen Fidei", do Papa Francisco, o evento marcará o encerramento do Ano da Fé na capital paulista. Contará com a presença dos cardeais Dom Odilo Scherer e Dom Cláudio Hummes, respectivamente arcebispo e bispo emérito de São Paulo, Dom Tarcício Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e do fundador do Shalom, Moysés Azevedo.

O objetivo do evento é apresentar a fé católica a partir da experiência de escuta de Deus, que revela ao homem a verdade. Destacará também a necessidade de os fiéis anunciarem as "razões da fé" que não aliena, mas gera coerência de vida.

Padre João Paulo Dantas, missionário da Comunidade de Vida Shalom e presidente do Instituto Parresia será um dos palestrantes. Para ele o fato de que o evento aconteça no final do ano da fé está relacionado com o fato de que "este ano tenha tido por objetivo não apenas elevar a Deus uma solene ação de graças pelo dom da fé (cf. Porta Fidei n. 8) e propor um aprofundamento do conteúdo e da vivência desta virtude teologal, mas também suscitar em cada fiel o anseio de confessar mais plenamente e com maior convicção, confiança e esperança, a fé em Jesus Cristo no mundo de hoje (cf. Porta Fidei n. 9)". 

O sacerdote espera que o evento possa ser um "estímulo para que os fiéis que participam de comunidades novas e movimentos, possam crescer na compreensão do nexo essencial que une a fé à missão". O sacerdote, doutor em Teologia pela Faculdade de Lugano (Suíça) e autor da série "Theo" – Teologia para os homens do terceiro milênio, recorda ainda que a "transmissão da fé faz parte da ontologia da fé cristã".

A participação na procissão da Festa de Cristo Rei e do encerramento do Ano da Fé integram a programação do dia 24. O cortejo partirá do Mosteiro de São Bento até a Catedral Metropolitana, onde dom Odilo Scherer presidirá Missa.

O evento acontecerá no Colégio São Bento. Avenida Prestes Maia, 220, Santa Efigênia – São Paulo (ao lado da Estação São Bento). As inscrições podem ser feitas pelo link bit.ly/missaoefe.

Contato: (11) 3853-1782/ eventossaopaulo@comshalom.org

(MEM)


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Condolências do papa pelas vítimas da enchente na Sardenha 
Telegrama ao presidente da Conferência Episcopal da Sardenha: pontífice "espera que não falte a solidariedade nem a ajuda necessária" neste momento difícil

Por Redacao


ROMA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Tristeza pela perda de vidas humanas, mas também esperança e encorajamento: estes são os sentimentos do papa Francisco para com a população da Sardenha, duramente atingida nos últimos dias por uma inundação. Em telegrama enviado ao presidente da Conferência Episcopal da Sardenha, dom Arrigo Miglio, assinado pelo secretário de Estado, dom Pietro Parolin, o papa enviou a todos as "suas palavras carinhosas de conforto e de encorajamento".

O papa assegurou "uma especial lembrança na oração àqueles que perderam a vida e a todos aqueles que estão sofrendo o grande desastre". Antes de dar a bênção apostólica, Francisco disse que espera "que não falte a solidariedade nem a necessária ajuda para superar este momento difícil".

Em sua conta no Twitter, o Santo Padre também afirmou: "Estou profundamente comovido com essa tragédia terrível. Peço que vocês rezem pelas vítimas, especialmente pelas crianças".


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CNBB divulga mensagem para celebração do Dia da Consciência Negra 
Recorda os desafios e a luta contra a escravidão moderna, e em prol da cidadania dos afrodescendentes

Por Redacao


BRASíLIA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Em 20 de novembro, o Brasil recorda a memória de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra na luta pela libertação. Desde 1978, o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial batizou a data como o Dia Nacional da Consciência Negra em substituição ao 13 de Maio, que é considerado como o Dia das Raças.

Para colaborar com a reflexão nesta data, a Pastoral Afro-brasileira da CNBB divulgou uma mensagem, na qual recorda os desafios e a luta contra a escravidão moderna, e em prol da cidadania dos afrodescendentes.

Acompanhe a seguir, a íntegra do texto:

***

20 de novembro: Dia da Consciência Negra

Aos poucos os eventos gaúchos atraíram a atenção da mídia nacional e de grupos negros de outros Estados, que também passaram a adotar o 20 de novembro. Finalmente, em 1978, o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial adotou a data, batizando-a de Dia Nacional da Consciência Negra. Mais recentemente os poderes públicos abraçaram a ideia, dando origem ao feriado de amanhã, celebrado em muitas cidades do País.

Em uma dissertação de mestrado apresentada no programa de pós-graduação em história da PUC de Porto Alegre, o jornalista negro Deivison Moacir Cezar de Campos sugere que os rapazes do Palmares foram subversivos. Porque fizeram um contraponto ao discurso oficial do regime militar, que exaltava as igualdades proporcionadas pela democracia racial e via no debate sobre o tema um fator de distúrbio. "Eles buscavam o reconhecimento das diferenças étnicas e das condições desiguais de acesso à cidadania e a integração socioeconômica", diz a tese. E mais: "Colocaram-se contra o oficialismo ao defenderem a substituição de 13 de Maio, o Dia das Raças, pelo 20 de Novembro, Dia do Negro; ao proporem uma revisão da historiografia; ao afirmarem um herói não reconhecido."

Hoje, muitas conquistas das comunidades negras estão presentes em nossa sociedade. Existem desafios que vamos enfrentando com participação de grupos organizados ou não. A Pastoral Afro-brasileira, presente em todo o Brasil, celebra mas também está empenhada em enfrentar os desafios presentes no mundo. A Escravidão hoje atinge 29 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Um relatório recém-divulgado pela fundação Walk Free aponta que 29 milhões de pessoas no mundo ainda trabalham sob o regime de escravidão.

Para o cientista político Leonardo Sakamoto, que é coordenador da ONG Repórter Brasil e membro da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, a escravidão ocorre quando a dignidade ou a liberdade são aviltadas. Condição degradante é aquela que rompe o limite da dignidade. São negadas a essas pessoas condições mínimas mais fundamentais, colocando em risco a saúde e a vida.

A Mauritânia ocupa o primeiro lugar do ranking de escravidão global, que analisou 162 países e leva em consideração o casamento infantil e os níveis de tráfico humano. Haiti, Paquistão e Índia vêm em seguida. No Brasil, 125 anos após a abolição da escravatura, milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalhos em situação degradante. No entanto, há avanço na erradicação da prática. A primeira política de contenção do trabalho escravo é de 1995 e, de lá para cá, 45 mil pessoas foram libertadas de locais onde havia exploração desumana da mão de obra. Tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional para endurecer a lei. É a PEC do Trabalho Escravo e prevê o confisco de imóveis em que o trabalho escravo for encontrado e sua destinação para reforma agrária ou para o uso habitacional urbano.

Lucrativa, a escravidão moderna movimenta mais de US$ 32 bilhões, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Estimativas da OIT também apontam que há 5,5 milhões de crianças escravas no mundo.

Como muito bem falou o Papa João Paulo II, aos afro-americanos, em 1992, em Santo Domingo: "A estima e o cultivo dos vossos valores Afro-americanos, enriquecerão infalivelmente a Igreja."

Em outras palavras, a novidade que a Igreja quer e merece é a inclusão em sua Ação Evangelizadora, das riquezas culturais e espirituais que emanam do Patrimônio africano e afro-descendente.

O processo de Cidadania do povo negro é uma dimensão essencial da vida e da Missão da Nossa Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja Católica no Brasil, fiel à missão de Jesus Cristo, está presente nesses importantes acontecimentos por meio de seus representantes e de suas orações. Exorta a todo o Povo de Deus a colocar-se a serviço da vida e da esperança, "acolher, com abertura de espírito as justas reivindicações de movimentos - indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros - (...) e empenhar-se na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações afro-brasileiras e indígenas" (CNBB, Doc. 65, nº 59).

Pastoral Afro-brasileira da CNBB


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Cardeal Ouellet exorta: todo o continente americano seja uma tilma eclesial de discípulos, missionários, carismas 
Peregrinação-encontro Nossa Senhora de Guadalupe, Estrela da Nova Evangelização no Continente Americano

Por Redacao


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Terminou nesta terça-feira (19) a peregrinação-encontro "Nossa Senhora de Guadalupe, Estrela da Nova Evangelização no Continente Americano", promovida pela Pontifícia Comissão para a América Latina, na Cidade do México. No encerramento, o cardeal Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, celebrou a missa cuja intenção foi a evangelização de todos os povos.

Desde o dia 16, cardeais, bispos, religiosos e leigos de todo o continente americano trabalharam em diversas comissões abordando diversas questões concernentes ao apelo da nova evangelização na América e da América para o mundo. Padre Sílvio Scopel e Cristiano Pinheiro, da Comunidade Católica Shalom, colaboraram nas comissões do encontro.

"Estamos vivendo um tempo de graça, um tempo profético para a Igreja na América. As palavras e testemunhos de tantos cardeais, bispos, consagrados e leigos nos impulsionam a continuar firmes na nossa grande missão de evangelizar, a avançar na amizade com Deus e no amor à Virgem Maria. Assim, seremos cada vez mais amigos uns dos outros e, impulsionados por este amor, iremos até as periferias existenciais", destacou Cristiano Pinheiro.

A conferência "A Missão Continental à luz do novo pontificado do Papa Francisco e dos conteúdos do magistério pontifício no Ano da Fé" foi proferida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

O discurso de Dom Orani, conforme publicado no site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, partiu da Carta Encíclica "Lumen Fidei", do Papa Francisco, assim como seus discursos e palavras no Brasil, "sobretudo durante a Jornada Mundial da Juventude realizada no Rio de Janeiro, que sem dúvida significou para toda a Igreja um dos momentos mais fortes do Ano da Fé".

Além de Dom Orani, o Brasil esteve representado pelos bispos: Dom João Carlos Petrini, de Camaçari (BA), Dom Bernardino Marchió, de Caruaru (PE) e Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário da CNBB.

Durante a celebração de encerramento o cardeal Ouellet exortou: "todo o continente americano seja essa 'tilma', uma tilma eclesial de discípulos, missionários, carismas, unidos nessa tilma da Virgem Maria de Guadalupe".

(MEM)


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A primeira exortação apostólica de Francisco encerra o Ano da Fé 
Na missa deste domingo, será apresentado simbolicamente o texto da Evangelii Gaudium e serão expostas as relíquias de São Pedro

Por Rocio Lancho García


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Ano da Fé proclamado por Bento XVI e iniciado em 11 de outubro de 2012 termina neste domingo, em Roma, com a missa de encerramento. Foram apresentados hoje os últimos eventos desse período significativo e intenso na história da Igreja.

O "Dia da vida contemplativa" acontece neste 21 de novembro. As celebrações do final do Ano da Fé serão duas: o encontro dos catecúmenos com o papa, em 23 de novembro, e a santa missa de encerramento, no dia 24. Participaram da coletiva de apresentação dos eventos o arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, e o arcebispo José Octavio Ruiz Arenas, secretário do mesmo dicastério.

Dom Fisichella destacou que são mais de 8 milhões e meio os peregrinos que visitaram o túmulo de São Pedro neste ano para professar a fé. "Chega ao fim um ano dedicado completamente a reavivar a fé dos crentes, mas agora continua o desejo de manter vivo o ensinamento que recebemos durante esses meses todos", disse ele, complementando que foram muitas as "microiniciativas que evidenciaram em todo o mundo o quanto a fé permanece viva e dinâmica no meio dos fiéis, como testemunho da piedade e da profunda religiosidade que está presente em nosso povo".

E prosseguiu: "Para fechar o ano, pensamos num conjunto de sinais para demonstrar a continuidade da fé e o caminho que temos que seguir para evitar que ela vire uma coisa rotineira na vida de todos os dias".

O papa Francisco irá ao Mosteiro Camaldolense do Aventino neste dia 21 de novembro para se encontrar com aquela comunidade religiosa. A jornada, que coincide com o aniversário da entrada da irmã Nazarena Crotta no mosteiro, será dedicada a quem escolheu a vida de clausura como dedicação privilegiada à oração e à contemplação.

Com o lema "Preparados para Cruzar a Porta da Fé", acontece no dia 23 de novembro o segundo ato dedicado aos catecúmenos. 500 catecúmenos acompanhados por seus catequistas, procedentes de 47 países dos cinco continentes, serão os protagonistas dessa jornada. O papa receberá 35 deles na entrada da Basílica de São Pedro e lhes fará as perguntas tradicionais do rito.

Fechando o Ano da Fé, a celebração da eucaristia no domingo, 24 de novembro, na Praça de São Pedro, contará com três símbolos que destacarão a importância do momento: a exposição das relíquias de São Pedro, a entrega da exortação apostólica do papa Francisco, Evangelii Gaudium, e um gesto de caridade em auxílio do povo das Filipinas: durante a eucaristia, será feita uma coleta como contribuição dos peregrinos do Ano da Fé para os atingidos pelos desastres meteorológicos naquela nação asiática.

Fisichella enfatizou que "estamos acostumados a destacar os fatores de crise e nos esquecemos de olhar também para os muitos sinais positivos de esperança que estão realmente presentes na Igreja. O Ano da Fé nos permitiu experimentar isso. Sustentados por um testemunho tão impressionante, entusiasmado e confiante, que se expressa principalmente no silêncio da vida cotidiana, olhamos para o futuro com mais serenidade, graças à experiência adquirida neste ano, esperando que os seus efeitos positivos se prolonguem durante muito tempo".


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"Nossa missão é ser a imagem viva de Jesus" 
Durante sua primeira homilia como Bispo, o secretário-geral do Governatorato da Cidade do Vaticano, Dom Fernando Vergez, expressou sua gratidão ao Papa Francisco e aos Legionários de Cristo

Por Luca Marcolivio


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Sábado (16) foi um novo dia de festa para os Legionários de Cristo e para o Regnum Christi. Vinte e quatro horas depois de sua ordenação episcopal na Basílica de São Pedro, Dom Fernando Vergez Álzaga LC, secretário-geral do Governatorato da Cidade do Vaticano, presidiu a Santa Missa na capela do Centro de Estudos Superiores dos Legionários, ao lado do Ateneu Pontifício Regina Apostolurum.

Dom Vergez, que entrou na Legião em 1954, fez a profissão dos votos em 1965, e foi ordenado sacerdote em 1969, celebrou na presença dos familiares, amigos Legionários de Cristo, leigos, e consagrados do Regnum Christi.

Concelebraram os cardeais Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato da Cidade do Vaticano, e Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Dom Brian Farrell LC, Dom Kevin Farrell, Bispo de Dallas, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências, Dom Carlos Humberto Malfa, Bispo de Chascomús, Dom Peter Brian Wells, vice-secretário de Estado e vários irmãos legionários.

No início da missa, o cardeal Bertello fez um breve discurso de saudação ao novo bispo: "Oferecemos ao Senhor esta Celebração Eucarística, disse ele, para agradece-Lo pelo dom que és e pelo dom de seu episcopado e para pedir que sempre o acompanhe, seguindo o exemplo do Bom Pastor".

Durante sua primeira homilia como Bispo, Dom Vergez expressou sua gratidão ao Papa Francisco pela dupla nomeação: ao governatorato e ao episcopado. "Em sua carta, disse ele, o Papa não fala de dignidade, mas da ordem episcopal: isso dá uma nova dimensão ao meu serviço na Igreja".

Refazendo os passos que o levaram aos dois importantes empenhos, o prelado contou sua emoção e sua apreensão no momento em que o Papa o cooptou: não foi um "medo paralisante", mas um " tremor que purifica" e que abre "ao diálogo e a confiança".

"Conforta-me saber, disse Dom Vergez, que é Deus quem chama, é Deus quem envia, o seu amor é a origem de todas as coisas, nós não podemos inventar a nossa própria profecia".

O novo Bispo falou da própria vocação no âmbito da congregação a que pertence: "Eu sou e me sinto Legionário", disse, lembrando as etapas de formação recebida na Legião.

O lema escolhido por Vergez foi tirado de uma frase de São Paulo: "Cristo em vós, esperança da glória" (Cl 1, 27).

"Desde criança, disse ele, explicando o lema, quando entrei para o Centro Vocacional de Ontaneda em 1954, me ensinaram o cristocentrismo, que é uma característica fundamental do nosso carisma. Colocar Cristo no centro de nossos corações, de nossas vidas e da nossa existência é o ideal de todo Legionário e membro do Movimento".

A espiritualidade cristocêntrica, recordou Dom Vergez, é a pedra angular do carisma da Legião de Cristo e do Regnum Christi, ao ponto de que cada membro da congregação e do movimento "deve ser Alter Christus".

Depois de recordar o vínculo colaborativo e a filiação espiritual do cardeal Eduardo Pironio, Vergez explicou a segunda razão da escolha de seu lema episcopal: "Esta é a nossa missão: ser a imagem viva de Jesus Cristo. Todos os cristãos devem ser a imagem desta presença viva do mistério pascal de Cristo, que veio e viveu como esperança da glória".

Ao final da missa, durante as saudações finais, Dom Vergez fez uma homenagem especial ao Pe. Álvaro Corcuera LC, diretor geral dos Legionários de Cristo, em repouso por cerca de um ano por causa de uma doença grave.

"Agradeço ao Padre Alvaro, disse o Bispo, por me sustentar com a oração e oferecer o seu sofrimento por mim".

(Trad.:MEM)


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Cultura e Sociedade
O túmulo do Apóstolo Pedro na Necrópole do Vaticano (Parte II) 
A existência das relíquias do santo é confirmada por análises científicas

Por Paolo Lorizzo


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - No final dessa longa campanha de escavação, muitas perguntas ainda pairavam na mente dos estudiosos. Não somente não aparecia o nome de Pedro, apesar dos muitos grafites da época encontrados na parede traseira (e inicialmente estudados apenas de modo superficial), mas, ainda mais importante para a sua identificação, não foram encontrados os ossos no local em que se acreditava que eles pudessem estar (no túmulo de terra).

O fio da meada começou a ser desenrolado pela arqueóloga Guarducci a partir de 1952. Foi ela quem encontrou e reconheceu o nome do apóstolo em uma tumba da necrópole originalmente pertencente à gens Valeria, mas também nos grafites, agora sim estudados adequadamente, que estavam presentes no chamado "Muro G".

Para completar a identificação, faltava o achado do elemento mais importante: as relíquias de Pedro.

Ter identificado o túmulo de terra vazio tinha frustrado bastante os pesquisadores, que, ao identificarem a edícula, tinham dado por certo que era aquele o único lugar em que poderiam encontrá-las. Mas a arqueologia, como se sabe, não é uma ciência exata. O que é dado como certo no campo de pesquisa é muitas vezes o que acaba não "fechando" nas contas práticas.

Durante as escavações da década de 1940, foi encontrado um nicho no muro de Constantino, ao qual, no começo, não foi dada, inexplicavelmente, nenhuma importância. Dentro dele foram encontrados ossos que acabaram sendo transportados para um local subterrâneo e empilhados durante cerca de dez anos numa pequena caixa de madeira, junto com uma série de materiais arqueológicos descobertos na mesma época. Em setembro de 1953, eles foram achados por Guarducci e transferidos para um ambiente mais adequado para a sua conservação, já que a umidade os afetava notavelmente. Mesmo assim, eles ainda não foram identificados de imediato.

Somente quando se decidiu aprofundar o estudo daquelas relíquias é que começaram a surgir detalhes interessantes sobre elas e sobre o contexto da descoberta. Foi constatado que as relíquias tinham sido achadas no interior do nicho aberto na parede da época de Constantino, inteiramente coberta de mármore pórfiro, geralmente usado para recobrir sepulturas de grande respeito. Entendendo-se então que a importância do nicho deveria ser relacionada diretamente com as relíquias desenterradas, começou uma análise mais minuciosa, confiada a especialistas do setor e a peritos em ciências experimentais, além de exames do ​​antropólogo Venerando Correnti. Sua identificação como pertencentes ao apóstolo Pedro foi anunciada pelo papa Paulo VI em 1968.

As análises revelaram que os ossos, correspondentes a cerca de metade do esqueleto, pertenciam a um indivíduo de cerca de 60 a 70 anos de idade, o que corresponde ao que sabemos sobre a idade aproximada de Pedro em seu martírio, e estavam envoltos em um pano de cor púrpura, coloração extraída de um molusco gastrópode, e tecido com ouro puríssimo. Os restos do tecido conservavam vestígios exatamente da mesma terra do antigo túmulo escavado no solo, sinal de que, antes da transferência ordenada pelo imperador Constantino, era lá, realmente, que os restos tinham sido sepultados.

O que foi evidenciado até agora seria mais do que suficiente para dissipar as dúvidas dos mais céticos, mas, tratando-se de um dos fundamentos mais importantes da história da Igreja católica, é necessário fazer todas as confirmações possíveis.

A análise do nicho do chamado "Muro G" revelou grafites em língua grega que trazem a frase "Pedro está (aqui) dentro". Mas o elemento considerado absolutamente claro é fornecido pelo próprio posicionamento da basílica. O nicho do "Muro G", que continha as relíquias, causou no eixo da primeira basílica um deslocamento significativo em direção ao norte. Esta variação do eixo não influenciou só a construção, mas também as contribuições sucessivas, tais como a cúpula de Michelangelo e o baldaquino de Bernini.

O reconhecimento definitivo das relíquias, possível através de fontes literárias e principalmente graças à contribuição da arqueologia, traz novos impulsos emocionais para quem nutre um grande envolvimento com esses lugares cheios de história e de religiosidade.

Tal reconhecimento das relíquias do Apóstolo Pedro, porém, não traz nada de novo aos ensinamentos religiosos em que acreditamos. Ainda assim, é um fato que certamente incentiva a reflexão sobre o quão importante pode ser para cada um de nós seguir os ditames do amor cristão, a paz e a fraternidade entre os homens, os mesmos homens por quem, como a história nos ensina, muitas pessoas têm sacrificado a sua vida terrena.


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O túmulo do Apóstolo Pedro na Necrópole do Vaticano (Parte I) 
A existência das relíquias do santo é confirmada por análises científicas

Por Paolo Lorizzo


ROMA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O berço da cristandade. É assim que é chamada a Basílica de São Pedro, com todos os elementos que envolvem o maior monumento do cristianismo, para a alegria dos fiéis e turistas que a visitam aos milhões todos os anos.

Poucos, no entanto, refletem sobre o fato de que a presença da basílica foi diretamente condicionada, desde a sua primeira fundação por obra do imperador Constantino, pela necrópole cristã/pagã que abriga os restos mortais do Apóstolo Pedro.

Foi apurado, apesar dos que ainda afirmam que ele jamais pôs os pés em Roma, que Pedro foi martirizado no circo de Calígula e de Nero, e seus restos mortais foram identificados embaixo do corredor esquerdo da basílica e enterrados logo ao lado.

O Ager Vaticanus, correspondente à área de planície aluvial entre a colina do Vaticano, o Janículo e o Monte Mário, parece ter sido destinado desde o começo ao uso funerário. A parte monumental se caracterizava pela presença da Meta Romuli e pelo Terebinthus Neronis. A Meta Romuli era uma sepultura em forma de pirâmide, da época de Augusto, com arquitetura típica do período, assim como a Pirâmide Vaticana. Foi demolida em 1499 por ordem do papa Alexandre VII, criando-se então a Via Alexandrina para conectar o Vaticano com o Tibre. Havia ao lado o Terebinthus Neronis, um mausoléu de planta circular, com uma torre sobreposta, que foi demolido no século VII e cujos blocos do pavimento circundante foram utilizados para os degraus da basílica. Segundo a tradição, no espaço entre os dois túmulos monumentais é que veio a acontecer o martírio de São Pedro, motivo pelo qual, durante muitos séculos, a pirâmide foi usada como símbolo do martírio.

Para fundamentar essas versões e reconstruir o histórico do que aconteceu imediatamente após o martírio, vêm em nosso auxílio as fontes literárias que representam testemunhos importantes do passado. No final do século I, vem à luz o testemunho de Clemente, líder da comunidade cristã de Roma. Ele descreve a perseguição de Nero, que vitimou Pedro, e os acontecimentos sangrentos que aconteceram no circo sobre a colina do Vaticano, casos que, depois, foram descritos também pelo historiador Tácito.

Ligeiramente mais recentes, do século II, são os dois escritos "A ascensão de Isaías" e "Apocalipse de Pedro", que não só confirmam que Pedro morreu em Roma, como informam a época: logo após o martírio neroniano de 64 d.C. A presença do Apóstolo em Roma também é sustentada pelo fato de que ninguém, no passado, tenha alegado a posse do seu túmulo, um sinal de que as fontes podem limitar-se apenas ao raio de ação da Cidade Eterna. A primeira referência ao túmulo do Apóstolo remonta ao período imperial tardio (século II-III d.C.) e é feita por Eusébio, historiador da Igreja. Ele menciona um presbítero romano chamado Gaio, que se refere à sepultura chamando-a de "troféu" de Pedro no Vaticano.

As fontes literárias, durante muitos séculos, foram o único elemento certo nos quais basear-se para reconstituir eventos obscuros e fatos históricos que, havia muito tempo, estavam esquecidos. Felizmente, alguns anos atrás, veio em socorro dos historiadores a arqueologia, que, como veremos, não só confirmou a existência do túmulo de Pedro como também permitiu a sua redescoberta. Parece incrível, mas somente em 1939, sob o pontificado de Pio XII, foi iniciada uma investigação sistemática a fim de confirmar ou refutar as fontes literárias acumuladas ao longo dos séculos.

Na década de 1940, foram feitas escavações para verificar as hipóteses históricas. Devido à sua má gestão e execução, as respostas não apareciam. Os trabalhos evidenciaram, no entanto, uma série de dados que, no longo prazo, se tornaram valiosos para a estudiosa Margherita Guarducci, em sua coerente reconstituição histórica dos acontecimentos.

Sabemos que o imperador Constantino decidiu soterrar a antiga necrópole no início do século IV, nivelando o terreno para a futura basílica, que foi construída com base em um ponto fixo subterrâneo.

Também foi apontado que, sob o altar da Confissão, atualmente usado para funções religiosas, havia uma sobreposição de uma série de altares colocados exatamente em cima de um monumento que, pensava-se, tinha sido criado em honra de Pedro entre os anos de 321 e 326. O monumento de Constantino incorporou três realidades arquitetônicas precedentes: um muro da segunda metade do século III (chamado pelos arqueólogos de "Muro G"), uma edícula funerária (que seria identificada com o já referido "troféu de Gaio", recostado a uma parede revestida de gesso vermelho) e um pequeno túmulo escavado diretamente no solo, construído no interior da edícula funerária. No momento da abertura da tampa do túmulo, o contexto foi alterado e nenhuma relíquia óssea foi trazida à luz.


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Brasil: "Os cristãos devem levar o sal e a luz do Evangelho ao mundo da política" 
Entrevista com Dom Henrique Soares. Orientações para os católicos nas próximas eleições

Por Igor Rafael Oliveira Carneiro


SãO PAULO, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Em 2014 é a vez do Brasil voltar às urnas. A cada vez que isso acontece, surge uma oportunidade para crescimento na formação sobre a missão do católico na política, para que, em vez de alheio ou desorientado, possa ser sal da terra e luz do mundo. Nesse contexto, ZENIT entrevistou Dom Henrique Soares, bispo auxiliar de Aracaju/SE.

Dom Henrique é bastante atuante nas redes sociais, onde expande sua atuação como formador e evangelizador para além de suas fronteiras, prestando verdadeiro favor a nós católicos.

Nesta entrevista, ele responde de forma sucinta, mas que não deixa de ser profunda, algumas perguntas pontuais sobre o tema "política", que já nos acomete e nos prepara para bem realizarmos nossa missão de cidadãos no ano vindouro. Acompanhe a entrevista abaixo:

***

ZENIT: Dom Henrique, diz no Catecismo da Igreja, no nº 1879, que a vida social é necessidade para o ser humano. Pode-se considerar, em virtude disso, a participação política na sociedade, não apenas como dever humano, mas como um dever do cristão?

Dom Henrique: Sim. A política no seu sentido mais profundo de cuidado e responsabilidade pela construção da sociedade, da pólis, em que se vive e, em última análise, da própria sociedade humana, é um dever do cristão. O Papa Paulo VI dizia mesmo que a política é uma das mais belas formas de caridade, de vivência efetiva do amor ao próximo, já que busca o bem comum. É preciso compreender que, se para os cristãos, Cristo Jesus é o Salvador da humanidade e do cosmo, nada que interesse ao ser humano e à criação pode ficar fora do Seu âmbito e da Sua luz redentora e transfigurante. Os cristãos, em nome de Cristo, devem levar o sal e a luz do Evangelho ao mundo da política. É um dever nosso, sob pena de omissão.

ZENIT: A Igreja direciona algum posicionamento político, como ser de direita ou esquerda, ser mais liberal ou social?

Dom Henriquei: Não. A Igreja não indica espectros ideológicos quaisquer. Ela preocupa-se com valores concretos. Um cristão não deveria nunca apoiar grupos que defendam ideias contrárias ao Evangelho. Por outro lado, todas as propostas dos vários grupos políticos, têm suas ambiguidades. Os cristãos devem estar atentos a isso para não aderirem de modo ingênuo e acrítico a uma cartilha ideológica, a uma partido ou candidato. Adesão sim, mas com senso crítico, separando o joio do trigo. Poder-se-ia pensar: Então, por que não criar um partido especificamente cristão? Pode-se criar um partido de inspiração cristã, mas não é de modo algum conveniente que a Igreja adote um partido ou se ligue a este ou aquele grupo político. Este tipo de solução, ao final, revela-se sempre muito prejudicial!

ZENIT: É lícito ao católico, ou o senhor mesmo reconhece o bom efeito das lutas dos socialistas dos séculos passado e retrasado no modelo estatal atual? Por exemplo, na nossa Constituição temos os direitos sociais elencados como direitos fundamentais, o senhor crê que isso foi resultado de uma luta dos movimentos sociais?

Dom Henrique: Certamente que as grandes lutas dos movimentos sociais ajudaram a configurar o ordenamento dos direitos dos trabalhadores. No entanto, é necessário distinguir aí o que é luta legítima e os aspectos ideológicos incompatíveis com a fé cristã ou mesmo irreais no âmbito da prática. A Igreja não canoniza ideologia alguma! Procura exercer um constante discernimento sobre as mesmas, sejam de direita, de centro ou de esquerda. Todas elas trazem as marcas da ambiguidade! Um exemplo concreto desse constante discernimento: vários papas condenaram o marxismo como um bloco; isto não impediu que o Papa Bento XVI apontasse algumas intuições corretas no pensamento de K. Marx. Uma coisa é certa: tem que haver responsabilidade social por parte do Estado, mas é um grave erro pensar-se num Estado onipotente e onipresente. Deve haver espaço real para a iniciativa privada. Mais que teorias, é a própria prática, a experiência que demonstrou isto!

ZENIT: Além das razões do Papa Pio XI na Encíclica Divinis Redemptoris, o senhor tem mais razões pessoais, baseado nas quais deseje orientar os católicos, acerca do comunismo, de suas falhas e de seu perigo? 

Dom Henrique: Falar hoje em comunismo é meio anacrônico. O comunismo clássico, aquele de que tratou o Magistério no passado, não é mais um perigo nem seduz mais ninguém. As condições materiais e espirituais do mundo mudaram de tal modo que somente guetos totalmente alienados da realidade podem ainda defender o comunismo clássico como solução para alguma coisa. Os últimos Papas têm chamado atenção para os elementos contrários à fé cristã seja no comunismo que no capitalismo. No comunismo, grandes perigos são (1) a contradição e a luta como instrumentos indispensáveis para conseguir uma sociedade justa, (2) uma concepção imanentista da história – aí não há lugar para Deus e a religião. E, apesar de todo o abrandamento dessa visão, feita por alguns teóricos marxistas, esta percepção de fundo continuará dominante no comunismo clássico e determina a discussão de temas como aborto, família, sexualidade, liberdade de expressão... e (3) o excessivo estatismo, que nega um princípio muito caro ao pensamento católico: a subsidiariedade! O Estado não pode abarcar tudo, determinar tudo! Isto levará sempre, inapelavelmente à tirania. Mas, atenção: tudo isto não quer dizer canonizar o capitalismo. Um capitalismo selvagem, desprovido de sensibilidade social, de leis que obriguem o Estado aos serviços básicos a todo cidadão, um capitalismo que não garanta um arcabouço legal para os menos favorecidos e os trabalhadores, seria desumano quase tanto quanto uma tirania comunista!

ZENIT: Por fim, como senhor orienta o católico para que ele possa bem votar nas próximas eleições?

Dom Henrique: Eu diria o seguinte: vote pensando em três coisas: (1) Você estará ajudando a construir um mundo pró ou contra o sonho de Cristo; (2) Vote pensando nos valores do Evangelho; (3) Vote pensando no bem comum e não somente nos seus interesses. Penso que estes três pontos orientem bem o nosso voto.

(Red.T.S.)


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Quando o pudor e a castidade podem se tornar ilícitos no Brasil 
Reflexões sobre o PL 122, projeto de lei que criminaliza preconceitos contra homossexuais

Por Paulo Vasconcelos Jacobina


BRASíLIA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Aristóteles, tratando da política na sua obra "Ética a Nicômaco", registra que o fim da política é atingir o bem humano (1094b5), registrando que "embora valha bem a pena atingir este fim para um indivíduo só, é mais belo e mais divino alcançá-lo para uma nação" (1094b10). Assim, é lícito e oportuno, além de prudente, avaliar se o fim proposto por um legislador corresponde àquilo que a lei promulgada diz em seu texto, ou se, antes, as palavras não escondem um malefício maior justamente para aqueles a quem alegadamente visam proteger.

Falo do PL 122, que alegadamente visa proteger aqueles com diversidade de "sexo, orientação sexual ou identidade de gênero" contra o ódio ou intolerância decorrente de preconceito ou discriminação. As intenções do projeto de lei parecem muito nobres, a ponto de qualquer resistência ser recebida de antemão como decorrente de irracionalidade religiosa de natureza homofóbica. Mas não é assim: pode-se ser perfeitamente a favor do combate ao ódio e a intolerância decorrente de preconceito ou discriminação em razão de sexo ou identidades sexuais e no entanto perceber a imperfeição do texto, sua imprecisão conceitual, que, se aprovado como está, dificultará a convivência não somente das maiorias com as minorias, mas das próprias minorias sexuais entre si, e destas com outras minorias cuja identidade decorra de outro fator de discriminação, tais como idade, etnia ou pertença religiosa.

De fato, no afã de proteger a liberdade individual de dar-se uma identidade, no campo sexual, ou de viver livremente aquela que se acredita possuir, a lei trabalha com conceitos propositalmente vagos e amplos, daqueles elaborados com o declarado intuito de englobar, sem ofender ou prejulgar a partir de nenhum ponto de vista moral ou religioso externo aos próprios interessados, as mais diversas manifestações, opções ou existências sexuais, de modo a permitir que os respectivos cidadãos que as professam possam vivê-las livremente, sem temer julgamentos ou críticas externas que os venham a constranger ou a de algum modo julgar. Trata-se de um projeto aparentemente bom, se, na prática, não escondesse a dificuldade de lidar cotidianamente com situações assim sem inviabilizar o próprio exercício dessa alegada liberdade, em prejuízo mesmo daqueles a quem supostamente se busca proteger.

De fato, note-se, de logo, a vagueza proposital do conceito de "orientação sexual". Trata-se de termo cunhado para não ofender nem discriminar, mas tão vago que pode abranger qualquer coisa dentro de suas fronteiras. Recorde-se a recente polêmica ocorrida nos estados Unidos quando a APA (Associação Americana de Psiquiatria dos Estados Unidos) aceitou, dentro da quinta edição do seu Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais, a "orientação sexual pedofílica", e a diferenciou da "desordem pedofílica". O objetivo declarado pela instituição era o de "traçar uma linha separativa entre comportamento humano atípico e comportamento que causa angústia mental [mental distress] para o indivíduo ou faz com que ele seja uma ameaça séria ao bem-estar físico e psicológico de terceiros"; diante da polêmica gerada, a APA esclareceu que "'Sexual orientation' is not a term used in the diagnostic criteria for pedophilic disorder and its use in the DSM-5 text discussion is an error and should read 'sexual interest.' In fact, APA considers pedophilic disorder a 'paraphilia,' not a 'sexual orientation.' This error will be corrected in the electronic version of DSM-5 and the next printing of the manual." [Em tradução livre: "'Orientação Sexual' não é um termo usado nos critérios de diagnóstico para a desordem pedofílica e o seu uso na discussão do texto do DSM-5 é um erro, e deve ser lido como 'interesse sexual'. De fato, a APA considera a desordem pedofílica como uma 'parafilia', não uma 'orientação sexual'. Este erro será corrigido na edição eletrônica do DSM-5 e na próxima edição do Manual"].

Pode-se claramente perceber que o esclarecimento da APA esclarece muito pouco, ao introduzir uma terceira e quarta noções, as de "parafilia" e "interesse sexual", para a discussão da pedofilia como orientação sexual. Demonstra, outrossim, a grande hesitação científica quanto a este conceito, já que quaisquer "parafilias" ou "interesses sexuais" podem causar a mesma insegurança; pensemos na necrofilia, no sado-masoquismo ou no fetichismo.

A pergunta é: será que o projeto de lei não abriria as portas para a eventual punição, vamos dizer, de uma pessoa de orientação "homoafetiva" que eventualmente seja um pai ou mãe conscienciosos de crianças que despedisse, por exemplo, um(a) babá com manifesto "interesse sexual" ou "parafilia pedofílica" por seu filhinho de, digamos, onze meses de idade, ou esta conduta incidiria no crime do art. 3º, § único do anteprojeto, já que a atitude estaria "obstando a promoção funcional" – junto com a retirada do próprio emprego – "de alguém em razão de sua orientação sexual"?

Pode-se ver que esta imprecisão, no estado atual do conhecimento humano, sobre estas formas de ser que caracterizam as posturas sexuais das pessoas, não podem ser objeto de uma criminalização tão vaga sem causar imensas dificuldades práticas. Tome-se o art. 8º, § único do projeto, que criminaliza quem "impedir ou restringir a manifestação de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público, resguardado o respeito devido aos espaços religiosos." Qualquer pessoa com um mínimo senso de prudência se perguntaria: o que é "manifestação de afetividade", numa linguagem que tornou sinônimas a "homossexualidade" e a "homoafetividade"? Afetividade é sinônimo de sexualidade apenas neste caso concreto, ou esta sinonímia é mais ampla?

Cometerá crime o gestor, digamos, de uma escola não confessional que, digamos, impedir beijos lascivos entre adolescentes nas dependências do estabelecimento, sejam quais forem os seus impulsos sexuais ou suas "identidades de gênero", ou não estaríamos, neste caso, perante a uma restrição odiosa da "manifestação de afetividade de qualquer pessoa"? Cometeria este crime o gerente de uma loja de brinquedos para crianças que obstasse um tórrido "beijaço de afeto" entre dois ou mais cidadãos de quaisquer "gêneros" que resolvessem externar sua "identidade sexual" através da expressão do seu afeto recíproco naquele ambiente não religioso que, embora privado, é aberto ao público, justo, digamos, na véspera do dia das crianças? Que dizer dos banheiros públicos, frequentados por crianças e adultos? Caberia agora à própria pessoa escolher qual banheiro público usar para fazer suas necessidades fisiológicas e expor sua afetividade, independentemente do aparelho urinário que eventualmente possua, por nascimento ou cirurgia? Será que, após o advento desta lei, com a redação que tem seu proposto art. 20 (Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gênero...), o simples ato de propor os questionamentos que estão sendo propostos agora constituirá crime? Será que o "pudor" e a "castidade", duas palavras que soam tão ultrapassadas na contemporaneidade, poderão ser as únicas "orientações sexuais" ou "identidade de gênero" tornadas ilícitas em nosso país, ou ao menos, confinadas aos "espaços religiosos"? Será proibido a um ateu (que não terá "espaços religiosos" onde se refugiar) esperar do outro o pudor na "deonstração de afetos" no espaço público não religioso?

São muitas perguntas que tornam necessário aprofundar o debate sobre o PL 122, fazê-lo com calma e com muita prudência, para que não se acabe aprovando dispositivos tão inseguros que, no fundo, a pretexto de proteger alguns, na verdade desprotejam a estes e a todos.


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Holanda: organizações pedem um basta à exploração sexual de menores 
200 grupos se reuniram em Haia para pedir a proibição da associação holandesa Martijn, que apoia ativamente as relações sexuais entre adultos e crianças

Por Paola de Groot-Testoni


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Mais de duzentos grupos do mundo todo que combatem o tráfico de seres humanos e a exploração sexual, especialmente de mulheres e crianças, se reuniram ontem em Haia, na Holanda, para apresentar uma petição ao parlamento do país.

A iniciativa pede expressamente que seja declarada ilegal a associação holandesa Martijn, que apoia ativamente as relações sexuais entre adultos e crianças. Alguns de seus membros, incluisive do conselho de administração, já foram condenados no passado por pedofilia e pornografia infantil.

Qualquer pessoa pode aderir a esta iniciativa que exige um basta ao abuso sexual de menores, independentemente da nacionalidade, assinando a petição no site http://ring-the-alarm.com.

Como parte da programação, foi organizado pelo parlamentar democrata-cristão Pieter Omtzigt um encontro com Jackie Branfield e Seila Samleang, diretoras, respectivamente, das associações Bobbi Bear, da África do Sul, e Action pour les Enfants, do Camboja.


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Pequeninos do Senhor
O Rei Jesus Cristo 
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla

Por Rachel Lemos Abdalla


CAMPINAS, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Estamos às vésperas da Comemoração da festa de Cristo Rei, cujo Evangelho, neste dia, apresenta Jesus Crucificado.

Seria uma contradição?

No interrogatório de Pilatos surge um ponto de efervescência: a declaração de Jesus. Ele diz: "Tu o dizes: sou Rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade" (Mt 18,37) E, anteriormente, Ele havia dito: "Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse desse mundo, meus súditos teriam combatido, para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas meu reino não é daqui" (18,36). Com essa confissão de Jesus, Pilatos é colocado numa situação confusa, pois o réu reivindica a realeza e o reino. Porém é uma realeza na qual não é possível condenar aquele que tem um poder que não ameaça, que não é violento e que não tem soldados. O Seu reino e a Sua realeza apenas trazem o testemunho da Verdade![1]

Mas, Sua Palavra ou silêncio, e Seus atos não tiveram crédito, e Jesus foi considerado um criminoso, pois somente eles eram condenados à crucifixão. Seus seguidores, entretanto, O haviam aclamado Rei.

Jesus teve como trono improvisado a sua Cruz, e para que sua realeza fosse comprovada, era preciso que houvesse testemunhas, e nem isso lhe faltou! Ele esteve no alto da sua majestade ao lado de duas testemunhas, dois reles ladrões. Mas, a contradição entre o Rei Jesus Cristo e o Crucificado Cristo Jesus existe apenas para quem não compreende os Seus ensinamentos, pois durante toda a Sua vida, Ele ensinou que Seu Reino não é desse mundo.

Somente com os olhos da fé é possível perceber que na morte de Cruz, considerada a mais humilhante punição, se inicia um reinado de reconciliação da criação com o Criador.

No Evangelho da festa de Cristo Rei estão presentes alguns personagens: o povo que, assim como hoje, é impotente diante das injustiças e sofrimentos do seu próximo, e que também acompanhava o sofrimento de Jesus na Cruz sem nada poder fazer; os poderosos e um dos ladrões, que não compreenderam a missão de Jesus, e não percebiam que era morrendo na Cruz que Ele salvaria a todos; e, segundo a tradição, 'Dimas', o 'bom ladrão' que, com sua prece: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares em teu Reino",[2] reconhece Jesus como sendo o Rei, e arrependendo-se de seus erros, se reconcilia com o Pai.

Este Evangelho é um convite incessante para que as pessoas se comprometam com as propostas de Jesus, acreditando que, para entrar no Reino de Deus ou construí-lo aqui na Terra, é preciso que a Verdade seja revelada e esteja presente no meio dos homens. E que, entram no Reino todos aqueles considerados malditos e que são crucificados juntamente com Jesus.

Que o tempo do Advento que se inicia seja o tempo de preparação para receber a Verdade que transforma a vida e abre as portas para a vida eterna.

Para ler o artigo anterior clique aqui.

[1] Conf. 'Jesus de Nazaré – Da entrada em Jerusalém até a Ressurreição' – Joseph Ratzinger – Bento XVI – Editora Planeta – 2011. Pag. 174

[2] Lucas 23,42


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Homens e Mulheres de Fé
Filipinas: A luta interior para viver, não só para sobreviver, é bem forte 
Superiora provincial da congregação das Filhas de Jesus na região Índico-Pacífico relata como elas viveram em primeira pessoa os dias do tufão

Por Rocio Lancho García


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Nas Filipinas, há 15 comunidades da congregação das Filhas de Jesus, cuja dedicação apostólica é voltada ao contexto e à realidade concreta de cada uma: colégios, casa de exercícios espirituais, presença nas áreas rurais e semi-urbanas, etc. Atualmente, a tarefa de todas elas está focada em uma mesma missão: dar assistência às vítimas do tufão que assolou vastas regiões do país.

Georgita Hormillosa, superiora provincial da congregação na região Índico-Pacífico, relatou a ZENIT como elas viveram em primeira pessoa os dias do tufão e como estão vivendo agora o período de recuperação e os esforços do país para voltar à normalidade.

As Filhas de Jesus na região de Panay fizeram imediatamente uma campanha para levantar os primeiros recursos: comida, roupa e água. A FASFI, fundação solidária das Filhas de Jesus, também respondeu com agilidade. "Foi uma mobilização de pessoas e de recursos em parceria com a Igreja local, com os nossos colégios e com outras comunidades religiosas do país. Até agora estamos nas operações de assistência às vítimas", conta a religiosa.

"Em todo o país, a associação de superiores e superioras religiosas das Filipinas, junto com os organismos eclesiais, principalmente a Cáritas, e vários organismos civis, está participando do programa de recuperação e de ajuda psicológica às vítimas. Milhares e milhares de famílias não têm mais casa e nós esperamos que o governo faça o possível para aliviar um pouco o sofrimento delas".

Da perspectiva da fé, a irmã Georgita afirma: "Eu posso dizer que, em geral, não falta esperança no povo filipino. A luta interior para viver, não só para sobreviver, é bem forte. A solidariedade entre as famílias vítimas do tufão é admirável. As nossas comunidades estão nessa luta. É uma grande oportunidade para pôr em prática o que a determinação da nossa última Congregação Geral nos pede: buscar mais o bem do próximo" .

Conta a irmã que "no dia 6 de novembro, eu estava na cidade de Estancia, visitando a comunidade, quando chegou o aviso pela televisão de que todas as províncias de Panay estavam em alerta 4, e o máximo é o alerta 5, por causa do supertufão Yolanda [este foi o nome dado no país; o nome dado internacionalmente ao tufão é Haiyan; ndr], com a instrução de ficar longe das praias. Como filipinos, nós estamos acostumados com os tufões [este ano houve 25 no país, ndr], mas ninguém podia pensar na ferocidade deste. O presidente do país tinha falado na televisão sobre as possíveis consequência de um supertufão, mas a reação foi de cuidado, normalidade, sem ansiedade".

Ela prossegue: "No dia 7, começou uma chuva normal, mas com algumas mudanças no ambiente. Foi até o dia seguinte: chuvas intermitentes com rajadas de vento. Estávamos todas na frente da televisão, acompanhando as notícias, e a tarde ainda passou normal, até que acabou a luz e nós percebemos que a força do vento e da chuva estava aumentando, durante toda a noite".

A religiosa conta que as irmãs ouviram pelo rádio a hora exata da passagem do tufão por Panay: às duas da tarde do dia 9, com uma trajetória que açoitaria a parte norte da região: Estancia estava diretamente na rota. "Com essa notícia, eu decidi ir para Maasin, que era a próxima comunidade que eu tinha que visitar, e partimos às 5h30 da manhã. As irmãs que me levaram até Maasin, a três horas de viagem, não podiam voltar para Estancia e dormiram em Iloilo".

O tufão passou por Maasin sem o mesmo grau de violência sentido em Estancia. Houve rajadas de até 120 km/h. "Imaginem o medo quando as estruturas começaram a cair, voar, se arrebentar... As primeiras reações depois do tufão foram de incredulidade, desespero, confusão, medo... Muita gente entrou em estado de choque, era muito difícil compreender o que estava acontecendo".

A destruição em Panay, especialmente na parte norte, é vasta. "Não se sabe quando a situação vai se normalizar, quando a vida normal das pessoas vai ser retomada. No caso do nosso colégio Santa Cândida, de Estancia, a reconstrução vai até o fim do ano, esperando que as aulas retomem o ritmo em janeiro", explica a provincial.

A congregação das Filhas de Jesus chegou às Filipinas em 1932, na primeira fundação na ilha de Panay. Panay é formada por quatro províncias: Iloilo, Capiz, Antique e Aklan.

As primeiras irmãs viveram no povoado de Pototan, província de Iloilo, e, mais tarde, fundaram o Colégio da Imaculada Conceição. Priorizando os povoados mais necessitados de escolas, a congregação fundou depois outros colégios na região de Panay: em Iloilo, Guimaras, Maasin e Estancia.


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Papa Francisco recebe o pe. Renato Chiera, que há 40 anos trabalha ajudando os menores de rua no Brasil 
Após a missa em Santa Marta, o padre apresentou ao papa o seu trabalho na Casa do Menor, que ele fundou para ajudar as crianças sem teto


ROMA, 18 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Depois da missa desta manhã na Domus Sanctae Marthae, o papa Francisco recebeu o pe. Renato Chiera, fundador da Casa do Menor, do Rio de Janeiro. Para o sacerdote, que há 40 anos trabalha pastoralmente em prol dos menores de rua, abraçar o Sucessor de Pedro foi uma alegria inesquecível.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, ele afirmou: "É uma emoção muito grande, e eu ainda estou emocionado agora, enquanto falo. Para mim, o papa é a presença de Jesus em carne e osso, que está no meio da humanidade para se inclinar sobre as nossas feridas. Nesse momento da missa, eu vi também a profundidade que ele tem e o encontro com Deus que ele tem, de um jeito que me tocou totalmente".

O pe. Renato apresentou ao Santo Padre o seu "pequeno trabalho", a Casa do Menor, uma ONG que trabalha há décadas no campo da cooperação internacional para projetos de ajuda às crianças de rua da América do Sul, da África e da Europa. A associação tem hoje numerosos projetos em diversas áreas dos três continentes. De acordo com o site oficial, a ONG trabalha todos os dias para combater a exploração de crianças, a prostituição infantil e os abusos contra crianças em geral, nas áreas mais pobres e perigosas da Terra.

Por meio deste papa, disse o padre Chiera, nós temos a confirmação "daquilo que, com humildade e mesmo com fragilidade, nós tentamos fazer na Baixada Fluminense, na periferia do Rio, junto com as crianças que não são amadas. Ele sempre fala de ir para a rua, de ir para os subúrbios, e eu posso dizer que faço isso há 36 anos. Eu sinto, então, que Deus quer isso mesmo".

O padre prosseguiu: "Quando eu disse a ele que trabalhava nos subúrbios com as crianças de rua, o papa me disse: 'Um bom trabalho, um belo trabalho'. Depois, eu apresentei a ele as cartas das crianças e contei que nós queremos fazer uma copa do mundo de meninos de rua recuperados, uma copa alternativa. E acrescentei: 'Precisamos da sua ajuda e lhe trouxemos aqui uma carta'".

Depois de contar ao papa sobre as suas experiências e sobre o seu projeto, o padre deu a Francisco o seu livro "Presença", e, brincando, lhe disse: "Eu sou do Piemonte, igual a você, de perto de Asti, e trouxe a você uma garrafa de vinho de Asti e um torrone de Alba". Em seguida, deu-lhe um "abraço brasileiro", agradecendo-lhe pela visita ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude: lá, recordou o padre Renato, o papa "observou que, para entrar no meio do povo brasileiro, é preciso passar pelo seu coração".

Dessa visita, concluiu o fundador da Casa do Menor, "eu vou levar o amor de Deus para essas crianças, por meio do que o papa me mostrou com o abraço dele, com a bênção dele. Esses nossos meninos, esses nossos jovens, como eu já disse muitas vezes, precisam se sentir amados [...] A Igreja, através do papa, em carne e osso, é o amor de Deus por eles": esta é a mensagem que o padre Chiera levará para todos os menores que a sua obra ajuda.


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Familia e Vida
Filme documentário Blood Money - A indústria do aborto segue em exibição pelo Brasil 
Documentário americano mostra a realidade da indústria do aborto nos Estados Unidos

Por Izabel Fidelis


BRASíLIA, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Estreou no último fim de semana em todo o Brasil o filme documentário Blood Money - Aborto Legalizado, uma produção norte-americana independente, produzida pelo diretor David Kyle.

O filme retrata a indústria do aborto nos Estados Unidos, com depoimentos de médicos, cientistas e da ativista de movimentos negros dos EUA, Alveda King, sobrinha do pacifista Martin Luther King. 

O coordenador da estreia do filme em Brasília no último dia 15, Alan Araújo, membro da Associação Nacional de Cidadania pela Vida falou da importância do documentário: "É importante que a sociedade tenha acesso às informações desse filme, informações verídicas sobre a realidade de um país onde o aborto é legalizado."

Quem também esteve na estreia foi o diretor da Estação Luz Filmes Luís Eduardo Girão, responsável por trazer o documentário ao país. Ele afirma a necessidade das pessoas conhecerem o lado desconhecido do aborto. "Esse filme é um grande sonho, que tem uma sede de justiça em causa à defesa da vida. Foi feito por uma pessoa corajosa, pois fez esse filme com o governo e a mídia americana contra. Além disso, tivemos muitas dificuldades para colocar esse filme nos cinemas, mas batemos na porta de grandes distribuidoras. Nos disseram que ninguém assistiria o filme", afirma Luís.

Em Brasília, o documentário superou as expectativas e teve todas as sessões dos dias 15, 16 e 17 de novembro esgotadas. O estudante de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Vitor Augusto Guimarães assistiu ao documentário. Católico, ele disse a ZENIT que não imaginava o tamanho da indústria do aborto. "O filme superou minhas expectativas, eu imaginei que seria algo mais clichê, sem tanto embasamento científico, ou pautado somente em alguns pontos. Mas o filme abordou todos os pontos, desde os científicos aos psicológicos, e, a minha maior surpresa, os econômicos também. Em si, o filme fortaleceu minha opinião sobre o aborto, mostrando o quão horrível é", afirma.

Devido ao sucesso de público, o filme documentário Blood Money – Aborto Legalizado continuará em cartaz no Brasil até o dia 28 de novembro. Em Brasília, as sessões acontecem no Espaço Itaú de Cinema.


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300 estudantes pró-vida em Estrasburgo 
Vencedores do concurso Um de nós pedem ao Parlamento Europeu o reconhecimento dos direitos humanos do embrião


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - 300 estudantes italianos vencedores do concurso "Um de nós" a pessoa humana no coração da Europa, proposto pelo Movimento pela Vida, no decorrer do ano letivo europeu, chegaram em Estrasburgo na quarta-feira. Celebraram o dia mundial da infância, participando de uma audiência parlamentar no hemiciclo do Conselho Europeu, entre discussão, votação e elaboração de um documento.

O documento aprovado, que será entregue às instituições europeias e escolas, afirma que o ser humano em sua vida embrionária é um de nós; que a Europa deve reencontrar uma motivação para colocar ao centro das questões a pessoa; que a vida humana deve ser tutelada, evitando qualquer instrumentalização econômica; e faz-se necessário estimular o progresso cientifico que respeite o ser humano.

Os jovens fizeram referência a iniciativa dos cidadãos europeus "Um de nós", recentemente concluída com a apresentação de dois milhões de assinaturas coletadas, solicitando às instituições para torná-la própria.

Ao mundo da cultura: pedem que volte o olhar para os concebidos e respondam, sem desvio ou ambiguidade, se ele é ou não é "um de nós", e que a liberdade e as informações dos meios de comunicação social, possam se abrir sem reservas ou limites para o debate sobre a questão antropológica.

Aos políticos: solicitam que emerja a centralidade do direito à vida do ser humano desde a concepção, a partir de programas governamentais e ações de partidos, bem como de representantes da população.

O concurso contou com um pouco mais de dez mil estudantes de todas as regiões italianas. Com esta XXVII edição sobe para 900 mil o número de jovens participantes desde 1987 até hoje.

Os jovens participarão ainda hoje de uma reunião com o Grupo do Partido Popular Europeu, liderado pelo presidente Joseph Daul.


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Os cidadãos europeus pedem a defesa da vida 
O porta-voz do comitê italiano do projeto Um de Nós fala do grande sucesso da iniciativa popular

Por Maria Grazia Colombo


ROMA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A larga superação de um milhão de assinaturas coletadas para o abaixo-assinado Um de Nós é um sinal tangível da grande atenção à questão da vida que existe na Itália e em toda a Europa. Em total, foram coletadas quase 1 milhão e novecentas mil assinaturas.

A Itália foi a força motriz da campanha, mas o aumento constante e incansável na quantidade de assinaturas em todos os países da União Europeia mostra que essa iniciativa não aconteceu por acidente, mas envolveu uma sensibilidade inata da população diante desses temas, sensibilidade que encontrou uma maneira de se tornar explícita em plenitude graças a essa mobilização.

Estamos acumulando uma riqueza de consciência e de receptividade das pessoas que não é casual, nem deverá dispersar-se depois desta conquista.

Por trás de cada assinatura há uma face, há uma pessoa que insiste em seu "sim" à vida, e, mais precisamente, no reconhecimento da dignidade humana do embrião.

Como associações, movimentos, pessoas leigas, nós, desta Europa, tão influente e representativa de uma grande história, bradamos pela beleza da vida, afirmamos a pessoa, feita de relações, reconhecida em um povo. Esta iniciativa dá voz a um povo. Nunca nos esqueçamos disso!

O comitê italiano do projeto Um de Nós lançou um desafio a todos. Não é uma defesa de valores abstratos, mas uma ocasião para a reflexão sobre a vida, a família, a sociedade que queremos construir para o futuro. A batalha pelo reconhecimento do embrião é uma questão laica, não ideológica nem restrita a certas partes. Interessa ao homem, à mulher, a todo o mundo. Desafia a todos, levando-nos a adotar uma posição de defesa da vida e da sua dignidade.

As pessoas respondem, expressam através da assinatura aquilo de que são feitas, saem daquela solidão de pensamento que é hoje tão preocupante. Defender a vida em todas as suas fases, da concepção até a morte natural, é construir um pouco da nossa história, não só italiana, mas europeia, dessa nossa Europa tão conturbada.

A campanha Um de Nós coloca no centro a pessoa humana, em sua totalidade e no seu direito a crescer, a viver, a ser um cidadão completo do mundo. É com essa crença, comum e compartilhada, que esta iniciativa foi apoiada pelo Movimento pela Vida e abraçada, ainda, por cerca de trinta associações e movimentos que formaram o comitê Um de Nós, a fim de montar um trabalho de estratégia muito vivaz e muito interessante. A Itália associativa, a Itália da sociedade civil, trabalhou duro num clima de encontro, de construção de relações, nunca de confronto. A vida é um bem precioso que deve nos enriquecer, criando mais oportunidades para a unidade na verdade.

A intuição de um grande movimento, como é o Movimento pela Vida, se tornou intuição e trabalho associativo de todos. Por quê? Para chegar à marca de um milhão de assinaturas, mas, ainda mais do que isso, para aprendermos a lidar uns com os outros, a estimar uns aos outros, trabalhando juntos pelo bem comum.

Após esta conquista fantástica, olhemos com muita atenção para a Europa, junto com todos os outros movimentos europeus, seguindo passo a passo os pontos estabelecidos por essa iniciativa popular europeia na segunda fase desse projeto maravilhoso.

Cada assinatura é preciosa e não deve se perder, testemunhando a generosidade de todos os italianos. Através das assinaturas, recebemos um mandamento, o de ser o povo do Um de Nós. Agradeço às famílias, às paróquias, que são famílias de famílias, às escolas e a cada lugar em que foi feita a coleta de uma assinatura. Uma assinatura que eu gosto de chamar de diálogo e de encontro.


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Liberdade, liberdade... A mais invocada e a mais sufocada pela ditadura do relativismo 
Daí provêm as atuais legislações, que sancionam pesadamente qualquer discriminação por orientação sexual como uma forma de homofobia, novo delito agregado aos códigos penais

Por Vanderlei de Lima


AMPARO, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Define-se a liberdade como a condição daquele que é livre.

Em sentido social e político, a liberdade civil ou individual é o ato que garante a uma pessoa o exercício de sua cidadania dentro dos limites da lei e respeitando os direitos dos outros. Aliás, "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro", sentenciou o filósofo Spencer (†1903).

Também Estevão Bettencourt, OSB, (†2008), deixou consignado que, numa sociedade verdadeiramente democrática, até "a liberdade de expressão não implica desrespeito aos valores alheios".

"A sadia convivência numa sociedade requer polidez de uns para com os outros, ficando excluídas todas as expressões que firam a consciência do próximo. Caso não se observe esta norma, a vida em sociedade assemelha-se a um campo de batalha" (Pergunte e Responderemos n. 530, agosto de 2006, p. 371).

A liberdade política é, mais especificamente, a possibilidade de o indivíduo exercer, na sociedade, os chamados direitos individuais clássicos, como o direito de votar e de ser votado, a liberdade de opinião e de culto etc.

Essa característica natural do homem, que é a liberdade, conhecida desde as primeiras páginas da Sagrada Escritura (Gn 2-3), vem sofrendo pesadas restrições nos governos ditatoriais ou candidatos a ditadores na América Latina. Eles querem, não pela força do argumento – que não têm –, mas pelo argumento da força, sufocar impiedosamente direitos humanos básicos defendidos há séculos em respeitáveis documentos.

Com efeito, a Declaração dos Direitos do Homem, de 1789, já assegurava que "A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão deve, portanto poder falar, escrever, imprimir, livremente, devendo, contudo, responder ao abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei" (art. 4º).

Hilton Japiassú e Danilo Marcondes, filósofos brasileiros, escrevem em seu Dicionário Básico de Filosofia, que a liberdade de pensamento, em seu sentido estrito, é inalienável. Ninguém pode ser forçado a crer ou a deixar de crer em algo (nem em Deus). Pode, no máximo, ser impedido de expor a sua crença ou descrença ou forçado a declarar que crê quando não crê ou vice-versa. Tal impedimento ou imposição, porém, mesmo que seja amparado em uma lei civil, derruba a liberdade de expressão e, por suposto, a de consciência.

Portanto, reivindicar a liberdade de pensar significa lutar pelo direito de exprimir seu pensamento. Voltaire (†1778), filósofo francês, ilustra essa liberdade: "Não estou de acordo com o que você diz, mas lutarei até o fim para que você tenha o direito de dizê-lo".

Contra tudo isso que acabamos de expor, levanta-se a "ditadura do relativismo, denunciada pelo Papa Bento XVI e fortemente presente nos grupos antivida e antifamília atuantes nos nossos dias, conforme denuncia José Antônio Ureta:

"A Revolução anticristã em curso declara-se 'liberal'. Porém, após obter a plena liberdade para o mal, ela procura neutralizar o bem; mais ainda, ela quer a cumplicidade positiva dos homens bons e honestos, e particularmente dos católicos, para suas violações da lei moral. É o que o atual pontífice Bento XVI [o artigo é de 2009 – nota do autor deste livro] denominou 'ditadura do relativismo', em seu sermão na Missa de abertura do conclave que o elegeu para a Cátedra de Pedro."

"O avanço dessa ditadura do mal, exigindo a cumplicidade dos católicos, é hoje particularmente ameaçador nas legislações que promovem o aborto e favorecem o vício homossexual, as quais cerceiam, cada vez mais, o direito à objeção de consciência, ou seja, de abster-se de participar ativamente de atos objetivamente imorais, impostos pela lei positiva ou pela autoridade civil."

"No caso do aborto, o que motiva esse cerceamento (além da dinâmica satânica do mal) é a carência crescente de médicos dispostos a praticá-lo. Por exemplo, recente relatório do Parlamento francês, redigido pela deputada Bérengère Poletti, deplora a falta de 'renovação das gerações militantes' – ou seja, a geração 'dos médicos que puseram em marcha a Lei Veil', a qual despenalizou o aborto na França – que 'vão proximamente aposentar-se'. A "solução" para essa falta de médicos abortistas é simplesmente forçar os antiabortistas a violar a própria consciência e praticar um crime que, no dizer das Escrituras, 'brada aos Céus e clama a Deus por vingança'."

"No caso da homossexualidade, essa evolução é motivada pelo desejo dos homossexuais de verem seu estilo de vida e suas uniões contra a natureza ser plenamente aceitos por todos na vida social, além dos múltiplos benefícios legais que já têm obtido. Daí provêm as atuais legislações, que sancionam pesadamente qualquer discriminação por orientação sexual como uma forma de 'homofobia', novo delito agregado aos códigos penais" (Catolicismo n. 702, p. 28).

Diante desse quadro sombrio, cabe-nos, enquanto autênticos católicos, alertar – por meio de palavras e escritos – os nossos irmãos e irmãs. Se agirmos assim, cumpriremos a missão que o Senhor Jesus nos deu: ser sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-14).

Vanderlei de Lima é autor do livro "Obedecer antes a Deus que aos homens" (2013).


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Mundo
Igreja anglicana: aprovada a ordenação episcopal feminina 
Após uma série de tentativas frustradas, o Sínodo Geral de Londres aprovou a proposta com a maioria dos votos


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - A Igreja anglicana, reunida no Sínodo Geral de Londres, aprovou a possibilidade da ordenação episcopal de mulheres. Após uma série de tentativas frustradas, relata o Vatican Insider, a proposta apresentada em novembro de 2012 foi aprovada por uma maioria de 378 votos a favor, 8 contra e 25 abstenções.

Nas votações anteriores, tinha prevalecido sempre a ala mais tradicionalista dos bispos anglicanos, como no Sínodo Geral precedente, em que, por apenas 6 votos, não tinha sido aprovada a proposta.

A possibilidade da ordenação episcopal feminina foi solicitada por várias partes da Igreja inglesa, que enfrenta uma crise de crentes, a fim de "manter-se ao ritmo dos tempos".


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Exército fiel ao regime do Presidente de Assad prende dois ativistas cristãos 
Sede da Assyrian Democratic Organization de Hassakè foi invadida na terça-feira


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Uma equipe das Forças de Defesa Nacional – o exército fiel ao regime do Presidente de Assad – entrou na sede da Assyrian Democratic Organization de Hassakè, na província síria norte oriental de Jazira, prendendo dois líderes locais da organização. Trata-se de Snjer Dasho (55 anos) e do George Odisho (28 anos).

As notícias foram dadas por fontes oficiais da organização, consultadas pela Agência Fides. A invasão ocorreu na noite de terça-feira 19 de novembro. Os dois militares foram pegos e até agora não foi comunicado o local de seu destino. A Assyrian Democratic Organization (ADO) é uma das siglas assírias e sírias que representam a exígua componente cristã no seio da Syrian National Coalition, o cartel do grupo da oposição síria reconhecido no ano passado como o único representante legítimo do povo sírio por várias chancelarias ocidentais. Nos dias passados, os líderes da ADO escreveram uma declaração para denunciar a total ausência de expoent es cristãos no governo "ad ínterim" formado por nove ministros e instituído em 12 de novembro pela Syrian National Coalition durante uma reunião em Istambul.

A Assyrian Democratic Organization nasceu na Síria, em 1957, como movimento político para realizar as aspirações nacionais, políticas, culturais e administrativas do povo sírio.

(Fonte: Fides)


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Jacarta: 5.000 jovens recebem o cardeal Rylko para o encerramento do Ano da Fé 
23 de novembro: dia de encontro e oração a convite da Conferência Episcopal da Indonésia, em evento local da juventude católica


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Milhares de jovens se reúnem neste próximo dia 23 de novembro em Jacarta, capital da Indonésia, para um encontro de oração e convivência que encerra o Ano da Fé no país. É o OMK Gathering 2013: A Alegria da Juventude Católica da Indonésia.

A celebração da eucaristia será presidida pelo cardeal Stanislaw Rylko, do Pontifício Conselho para os Leigos. Graças à presença do cardeal, a iniciativa ganhou destaque e adesão. Até agora, segundo os dados da agência de notícias AsiaNews, cerca de 5 mil jovens católicos indonésios se inscreveram para participar deste grande encontro organizado pelos bispos como parte das iniciativas para o Ano da Fé proclamado pelo papa Bento XVI.

A Conferência dos Bispos Católicos da Indonésia fez um grande trabalho nas mídias sociais, usando o Facebook, o Twitter e o YouTube. Cada paróquia de Jakarta vai enviar uma delegação para o grande evento, que receberá também fiéis das dioceses vizinhas de Bogor e Bandung.

Merece destaque também a contribuição da Fundação João Paulo II e de dezenas de organizações católicas e movimentos estudantis, que animarão a tarde antes da missa solene celebrada pelo cardeal Rylko, juntamente com o arcebispo de Jacarta, dom Ignatius Suharyo, com os demais bispos presentes e com o núncio apostólico na Indonésia, dom Antonio Guido Filipazzi.

Este encontro de sexta-feira se revela um evento realmente extraordinário, considerando-se que a Indonésia é o país muçulmano mais populoso do mundo. Os católicos são uma pequena minoria, de cerca de 3% do total dos habitantes. Na arquidiocese de Jacarta, os fiéis atingem 3,6% da população local. A constituição da Indonésia consagra a liberdade de religião, mas a comunidade cristã ainda é vítima de episódios de violência e de abusos, especialmente nas áreas em que é mais arraigada a visão extremista do islã, como em Aceh.

No entanto, os católicos fazem parte ativamente da sociedade e contribuem para o desenvolvimento da nação, destacando-se nas ajudas durante as situações de emergência, como foi o caso das inundações devastadoras ocorridas em janeiro.


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CNBB e Cáritas lançam campanha para apoio emergencial às Filipinas 
Informações bancárias para ajudar o povo filipino

Por Redacao


BRASíLIA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Em consonância com a campanha emergencial lançada pela Caritas Internationalis ao povo filipino, a Rede Cáritas Brasileira e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançam uma campanha emergencial de arrecadação de recursos em solidariedade aos afetados pelo supertufão 'Haiyan' que devastou o arquipélago filipino na última sexta-feira (8).

De acordo com o governo local 3.976 pessoas foram mortas, 2.582 feridas e 82 estão desaparecidas. Os números podem ainda subir, pois, de acordo com relatório enviado pela Cáritas Filipinas, as operações de busca continuam e as comunicações estão se reestabelecendo. Em Tacloban, cidade localizada na ilha de Leyte, as tempestades provocaram ondas de até nove metros de altura e número de vítimas pode chegar a 1.200 , com 95 % da cidade destruída.

Ainda conforme o relatório, um total de 6.937.229 pessoas teriam sido afetadas em 39 províncias. Deste número, cerca de 286.433 estão em centros de evacuação, enquanto 305.298 optam por ficar fora desses centros.

A Rede Cáritas Internacional está em pleno processo de mobilização. A Cáritas Filipinas e a igrela local, por meio das dioceses e das paróquias das áreas mais afetadas, estão arrecadando e distribuindo alimentos. Em breve, 18 mil tendas serão distribuidas para abrigos temporários.

Os recursos arrecadados pela campanha emergencial no Brasil serão destinados à Cáritas Filipinas que serão revertidos, nesse primeiro momento, em utensílios de primeira necessidade como comida, água potável e produtos de higiene pessoal. Após esta primeira etapa, os recursos serão destinados para apoiar a reconstrução do país.

Você pode contribuir com o povo filipino.

Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta Corrente: 29368-7

Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Conta Corrente: 832-0
Operação: 003

Bradesco
Agência: 0606
Conta Corrente: 66000-0

Para DOC e TED, o CNJP da Cáritas Brasileira é 33654419/0001-16

Da cidade de Tacloban, Rey Barnido, membro da Cáritas Filipinas que está presente no local atingido informou que "o hospital regioanal está superlotado de pacientes que precisam de ajuda. Existem mortos por todas as partes. Não há água e nem energia. Os voluntários estão trabalhando para amenizar essa situação. É como se tivessem lançado bombas nucleares."

Equipes de Cáritas chegam a Leyte de barco

Uma equipe da Cáritas Filipinas e membros da Caritas Internationalis presentes na região chegaram nesta segunda-feira (11) a ilha de Leyte para avaliar as necessidades mais urgentes. A Cáritas está no local para a avaliação de danos em várias dioceses pertencentes da Arquidiocese de Palo (em Leyte), a Borongan (em Samar Oriental), ao Vicariato Apostólico de Calapan e a São José Mindoro. 

Água potável, produtos de higiene e limpeza, alimentos, remédios e abrigos, são, segundo o governo filipino, as prioridades imediatas, assim como a retirada dos escombros e o restabelecimento das comunidades.

A Cáritas está coordenando seus esforços de ajuda com a colaboração das dioceses próximas com capacidade para fornecer os suprimentos de emergência.


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Presidente francês se reúne com líderes cristãos em Jerusalém 
Hollande: "a paz pressupõe que todos os direitos sejam respeitados". O patriarca Fouad Twal pede a colaboração da França para conseguir uma solução duradoura para os cristãos na Terra Santa

Por Ivan de Vargas


MADRI, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O Presidente da República francesa, François Hollande, reuniu-se nesta manhã com os líderes religiosos cristãos em Jerusalém. O presidente francês começou seu segundo dia na Terra Santa, com uma reunião na Igreja Cruzados de Santa Ana, assistida por membros das várias comunidades cristãs (católicos, protestantes e ortodoxos).

Em seu breve discurso, Hollande enviou uma "mensagem de paz: porque a paz pressupõe que todos os direitos sejam respeitados, os direitos dos palestinos e dos israelenses" e reiterou que "Jerusalém deve ser a capital dos dois estados, se as negociações forem bem sucedidas".

Conforme relatado pelo Patriarcado latino de Jerusalém, sua beatitude Fouad Twal recordou aos presentes que Jerusalém deve manter sua identidade, cristã, e que o acesso aos Lugares Santos deve ser garantido a todos os seguidores de Jesus. Também agradeceu ao presidente francês pela "bondade de os ter encontrado e ouvido", porque "muitos políticos passam por Jerusalém, sem pensar na presença de líderes cristãos e religiosos que ali vivem". "Existem líderes religiosos que não querem a paz", lamentou. "Mas os políticos não podem conseguir a paz sem os líderes religiosos, sem a dimensão espiritual", destacou.

Por fim, o patriarca latino de Jerusalém pediu a cooperação e a ajuda da França, para que as instituições cristãs possam sobreviver na Terra Santa. E, dada a "amizade" que o país tem com Israel, sua beatitude Fouad Twal, mais uma vez, afirmou sua intercessão pela paz e pela justiça. "Se a França pudesse investir no conflito israel-palestiniano, 10 ou 5% do que se gasta atualmente para mudar a situação na Síria, poderíamos conseguir uma solução duradoura", concluiu.

Em conferência de imprensa ontem, com Shimon Peres, o presidente François Hollande disse que espera "ações" por parte de Israel com relação aos assentamentos nos territórios ocupados para assim colaborar no processo de paz. "Os gestos por parte de Israel começaram a acontecer: a libertação de prisioneiros", mas "outros são esperados", disse ele. Hollande disse também que, hoje em Ramallah, iria pedir ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, as "ações" que espera "por parte da Palestina".

(Trad.:MEM)


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150 Guardiães da Criação se encontram em Roma com o papa Francisco 
Alunos de Catânia participarão da audiência geral da próxima quarta-feira, 27 de novembro

Por Giuseppe Adernò


ROMA, 19 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Na quarta-feira da próxima semana, dia 27 de novembro, a audiência do papa Francisco terá como participantes mais de nove mil meninos e meninas Guardiães da Criação, vindos de toda a Itália.

A iniciativa foi promovida pela Fundação Sorella Natura ["Irmã Natureza", ndr], que tem sede em Assis e que, através das delegações regionais, está presente em todo o território italiano.

Serão representadas todas as regiões do país, diz com satisfação o presidente da fundação, Roberto Leoni, que coordena o evento. O papa Francisco, desde os primeiros dias do seu pontificado, apoiou a defesa da criação. Os meninos Guardiães da Criação dão testemunho dessa atenção especial à educação ambiental e ao respeito pela natureza. O projeto educacional Ambientiamoci a Scuola ["Ambientemo-nos na Escola", ndr], promovido pela Fundação Irmã Natureza, responde a esse desafio educativo específico.

Na audiência prévia, em 2011, os estudantes foram investidos pelo papa Bento XVI com o título de Guardiães da Criação. Nos últimos anos, eles puseram em prática projetos de educação ambiental de acordo com as regras da sábia ecologia própria do espírito franciscano.

A delegação regional da Sicília, liderada e coordenada por Giuseppe Adernò, organizou a viagem envolvendo estudantes das províncias de Catânia e Enna.

A delegação de Catânia, que inclui mais de 150 estudantes, será representada pelos jovens bedéis dos respectivos centros. Eles serão recebidos pessoalmente pelo papa Francisco.

A visita foi organizada a partir da composição de uma redação, cujo título foi "Por que o papa se chama Francisco". Muitos alunos aderiram à iniciativa. Os trabalhos mais significativos serão apresentados ao papa e alguns trechos serão lidos na Praça de São Pedro, durante a espera pela chegada do pontífice.

No final da audiência, todas as escolas presentes receberão uma muda de nogueira a ser plantada no jardim da escola durante a jornada de 29 de novembro, aniversário da proclamação de São Francisco como padroeiro da Itália.

A organização da viagem tem como centro das atenções a audiência papal, que terminará ao meio-dia de 27 de novembro, seguida por uma visita aos Museus Vaticanos e à Capela Sistina. A programação prevê ainda a visita institucional aos palácios do Quirinal, de Montecitorio e Madama, sedes, respectivamente, da Presidência da República Italiana, da Câmara dos Deputados e do Senado.

Momentos didáticos adicionais foram reservados aos alunos na visita à Exposição da Escola Italiana, no Ministério da Educação, intitulada "A História da Escola: do Livro à Tela Digital", bem como à exibição "Arquimedes: Arte e Ciência da Invenção", nos Museus Capitolinos.


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Entrevistas
Edições CNBB lança concurso natalino com premiações 
Basta responder a frase na fanpage da editora para concorrer a três grandes prêmios. Entrevista com Mons. Jamil, diretor de edição

Por Thácio Lincon Soares de Siqueira


BRASíLIA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - O natal não é apenas um dia especial no ano, o natal tem um significado netamente cristão. Viver essa festa em família e com os amigos e celebrando o seu verdadeiro sentido é a proposta do cristianismo. Só assim todo o seu simbolismo realmente ganha vida e começa a fazer sentido: nasceu-nos um Menino em Belém, Jesus Cristo.

As edições cnbb acaba de lançar o concurso para o natal entitulado "E para você, o que significa o verdadeiro natal?".

A cada ano a editora lança uma campanha na proximidade do Advento. Nesse ano a campanha consiste em responder a essa frase "E para você, o que significa o verdadeiro natal?" na fanpage das Edições CNBB. As melhores respostas concorrem a três prêmios.

1º lugar: Presépio em resina, com 6 peças - 16 cm + livro "A Família que reza no dia-a-dia" + 10 livretos "Novena de Natal"

2º lugar: Sagrada Família em resina - 16 cm + livro "Na escuta do outro - Exercícios espirituais com Bento XVI" + 10 livretos "Novena de Natal"

3º lugar: livro "Encontro com a palavra" + 10 livretos "Novena de Natal"

Para maiores informações clique nesse link https://www.facebook.com/edicoes.cnbb/app_208195102528120

Mons. Jamil, diretor editorial das Edições CNBB respondeu a ZENIT algumas perguntas a respeito do significado dessa campanha. Acompanhe na íntegra:

***

ZENIT: Por que um concurso sobre o natal?

Mons. Jamil: Queremos gerar uma discussão sobre o verdadeiro sentido do Natal. Natal não é apenas um dia para simplesmente nos reunir e fazer uma festa, e tendo essa reflexão, queremos instigar os outros para que busquem compreender o significado desta data celebrativa e, para isso, se aprofundem mais na fé.

ZENIT: Como a editora Edições CNBB pode contribuir para o Advento que se aproxima?

Mons. Jamil: Estamos com duas publicações que tratam dessa temática. Os Roteiros Homiléticos para o Tempo do Advento, Natal e Tempo Comum, destinado especialmente às celebrações do Ciclo do Natal, e também a Novena de Natal, que contempla, neste ano, alguns títulos dados a Jesus pela tradição cristã com uma dimensão mais orante, dentro da realidade em que vivemos.

ZENIT: Sem querer entrar no mérito da pergunta, até mesmo para não dar a resposta que se busca, mas, onde um católico poderia encontrar essa resposta?

Mons. Jamil: O católico deve procurar essa resposta pela vivência da Palavra de Deus, nos Sacramentos e da constante busca por um relacionamento cristão com o próximo.

ZENIT: Natal que, hoje, tem um cunho mais consumista na sociedade ocidental pode chegar a ter um caráter cristão?

Mons. Jamil: O Natal de hoje se apropria dos fundamentos bíblicos que envolvem essa data. Para chegarmos a esse caráter cristão, devemos não só preparar a nossa casa, mas também nossos corações.

ZENIT: Onde viver o natal? Em família, na Igreja ou no shopping?

Mons. Jamil: O Natal deve ser vivido em comunhão, com a aproximação ao nosso próximo. E para isso acredito que o melhor lugar para essa celebração seja em casa, com os presentes que realmente importam: nossa família e amigos.


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Espiritualidade
O beijo do papa Francisco 
Um reflexão sobre o Papa Francisco

Por Fabiano Fachini


CAMPINAS, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Ternura, carinho, dedicação, amor.

Doce. Jovem. Amigo. Carinhoso. Bom!

Já se passaram alguns dias… mas os beijos do Papa Francisco não foram esquecidos. As crianças foram "abençoadas", como disseram os pais; os fiéis presentes na Jornada Mundial da Juventude Rio2013 foram tocados pelo exemplo do Papa; os telespectadores, ouvintes, internautas… todos "atingidos" pelo testemunho de Francisco.

Um beijo (do latim basium) pode dizer muito.

E disse!

Um beijo entre amigos. Namorados. Noivos. Pai e mãe. Pais e filhos… e o beijo do Papa.

Durante os trajetos de papamóvel, o pontífice beijava e abençoava os pequenos. Foram dez crianças beijadas apenas na primeira hora em que Francisco esteve no Brasil.

"Vinde a mim as criancinhas"!

Cada menino e menina abençoados pelo amor de pai; carinho de irmão; fé e oração de homem santo.

E a "afetividade"… palavra associada à figura do papa? Nem sempre. Mas desta vez foi diferente – e isso nos faz ter, após quatro meses do início da JMJ Rio, dia 23 de julho – as imagens de um papa simples, carinhoso, alegre e humano recentes na memória. Atuais como sua mensagem na Missa de Envio: "Ide, sem medo, para servir".

E como não se lembrar de Nathan?

O jovem Nathan de Brito, de 9 anos, recebeu o carinho do Papa Francisco. O pontífice seguia de papamóvel da Quinta da Boa Vista para o Palácio São Joaquim, sede da Arquidiocese do Rio, quando o jovem morador de Cabo Frio, na Região dos Lagos, se aproximou da grade que separava os fiéis da pista.

O pai Aguinor Brito pegou o filho e o entregou a um segurança, que o levou até o Santo Padre. "Santidade, quero ser sacerdote de Cristo, um representante de Cristo", disse o jovem em lágrimas.

O Papa se emocionou com as palavras de Nathan e respondeu. "Vou rezar por você, mas peço que também reze por mim. A partir de hoje sua vocação está concretizada", falou o pontífice que recebeu um beijo e um abraço do menino.

Muitas histórias… muitas lembranças de uma jornada que marcou o coração dos jovens e de todos os fieis católicos que participaram da Jornada Mundial da Juventude.

No entanto, fica a pergunta no ar:

O beijo do Papa tem diferença para o beijo de uma pessoa comum?



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Encerrando o ano da fé 
Reflexões do arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Por Dom Walmor Oliveira de Azevedo


BELO HORIZONTE, 22 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Com a celebração da Festa de Cristo Rei do Universo, neste domingo, dia 23, a Igreja Católica no mundo inteiro se une, de maneira especial, ao Papa Francisco, no encerramento do Ano da Fé. O Papa emérito Bento XVI foi quem convocou a vivência do Ano da Fé, iniciado em 11 de outubro de 2012, quando se celebrava o cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II. Uma data relevante para a vida e missão da Igreja na sua tarefa de fazer de todos discípulos e discípulas de Jesus. O grande propósito deste Ano da Fé foi exatamente a oportunidade para um aprofundamento, compreensão e vivência da fé como experiência de encontro pessoal com Jesus, única pessoa que pode dar à vida, de maneira duradoura, um novo horizonte e, com isto, como afirmou o Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica Deus é Amor, uma direção decisiva.

Nessa oportunidade oferecida, como necessidade permanente, está a importância de apropriações conceituais fundamentais que norteiam a vida de modo diferente, qualificando-a a partir de sua compreensão como dom de Deus. É claro que a fé não é uma simples apropriação de conceitos. A importância deles na vivência do dom da fé se define pela luz própria que a razão indispensavelmente traz para que a pessoa avance na direção da verdade que liberta completamente. O bem-aventurado João Paulo II, na sua Carta Encíclica sobre a Fé e a Razão, introduz esta temática sublinhando que "a fé e a razão são como duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade". João Paulo II completa lembrando-nos que "foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de conhecer a Ele, para que o conhecendo e amando-o, possa também chegar à verdade plena sobre si".

A razão é uma alavanca decisiva no caminho da vida humana, na vivência da história, na construção da sociedade. É convincente e fácil de perceber, analisando a história, que os descompassos da humanidade vieram das irracionalidades. Basta pensar sobre guerras, exclusão social, manipulações e totalitarismos. Determinante também é o dom da fé. Sua profunda compreensão e sua vivência qualificam a cultura, corrigem os rumos da história e iluminam o caminho da humanidade, proporcionando a experiência de sentido que faz a vida valer a pena, ser construída com dignidades e altruísmos insuperáveis.

Odom da fé é uma experiência que avança para além da razão, na sua notável propriedade de alcançar lucidez para encontrar soluções. A luz da fé permite lidar com questões que estão inevitável e inexoravelmente no horizonte da existência humana: "Quem sou eu? De onde venho e para onde vou? Por que existe o mal? O que existirá depois desta vida?" Somente a fé permite lidar com o mistério que estas interrogações tocam, proporcionando uma compreensão coerente. Esta consideração convence de que a fé não se reduz a simples sentimento. Também não pode ser compreendida como um caminho que simplesmente traz soluções imediatistas, para desgastes existenciais comuns na contemporaneidade. Menos ainda deve ser buscada como produção de experiências milagreiras, promessa de mesquinhas prosperidades e clamorosas manipulações, advindas do usufruto irracional das fragilidades humanas.

O ano especial que se encerra no próximo domingo reforça a importância de se viver a fé como dom. Concretamente, vale prestar atenção, analisar e avaliar, como exemplo, o grande patrimônio de trezentos anos da cultura mineira. Nele se pode constatar convictamente o papel decisivo e qualificador da fé cristã, particular e reconhecida referência à fé cristã católica, gerando um conjunto cultural, histórico, artístico e religioso que abrange toda a Minas Gerais. Este Ano da Fé, relembra o Papa Francisco, na sua primeira Carta Encíclica, permitiu viver, cotidianamente, o empenho para recuperar o caráter de luz que é próprio da fé. O Papa lembra que quando esta luminosidade se apaga, todas as outras luzes acabam por perder o seu vigor. A fé é o caminho para o amor, que verdadeiramente transforma a vida. É hora de investir na vivência autêntica, profética e comprometida da fé, na cultura da paz, apelo e meta no encerramento deste ano especial.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


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Maria e a "feminilidade" da Igreja 
Por ocasião da festa de Nossa Senhora da Saúde, o Patriarca de Veneza, dom Moraglia, auspica um papel mais incisivo da mulher nas realidades eclesiais, mas diverso dos carismas eminentemente masculinos

Por Luca Marcolivio


ROMA, 21 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Na história da salvação, Deus se confiou a uma mulher, Maria de Nazaré, e a encarnação do Filho de Deus é algo que "surge a partir de um gesto que somente uma mulher pode realizar". Afirmou, esta manhã, dom Francesco Moraglia, patriarca de Veneza, durante a homilia por ocasião da Festa de Nossa Senhora da Saúde, comemorada pelos venezianos todo 21 de novembro, em cumprimento da promessa feita à Virgem Maria, pelo fim da "epidemia de peste bubônica de 1631, que infestou o norte da Itália.

Deus, disse o patriarca, se serviu de uma mulher nomeadamente em "esponsalidade e maternidade", ou seja, por "valores que a mulher melhor expressa: o acolhimento, a docilidade, apoio" e que hoje são obscurecidos pela cultura pós- moderna de "liquidez" e "insegurança".

Esse evento único da Encarnação de Deus, graças ao sim de uma mulher, é "uma mensagem clara, atual e urgente, algo que as culturas e sociedades - do nosso evoluído Ocidente e não somente - devem compreender o mais rápido possível", disse dom Moraglia.

A cultura de hoje, de fato, "luta para encontrar um espaço adequado para a mulher, pela sua criatividade e seu talento particular", continuou o patriarca. Se, por um lado, uma sociedade "formada, quase que, exclusivamente, por modelos masculinos, acaba assumindo formas machistas", um maior acolhimento do "feminino" formaria diversamente nosso complexo estilo de vida bem como as escolhas culturais resultantes".

A mulher, portanto, merece mais atenção da Igreja e, nela, é "chamada a dar a sua contribuição específica", no entanto, "seria errado reduzir a promoção da mulher a uma reivindicação que pertence ao mundo masculino", observou o patriarca. A escolha de Deus é, ao invés, a de "concentrar tudo sobre a feminilidade de Maria: mulher, esposa, mãe".

Não se trata de atribuir às mulheres papéis masculinos, como o "sacerdócio ministerial", mas sim, de "reconhecer que fundamentalmente a Igreja - na sua realidade constitutiva - é feminina", ou seja, filha de Maria de Nazaré que dá início à Igreja "em suas origens e em seu cerne mais estável e santo", enquanto o "mandato apostólico" é uma prerrogativa do Apóstolo Pedro. Portanto, temos uma "linha mariana" e uma "linha petrina" que garantem a perpetuação, até hoje, da grande família eclesial.

É no sim de Maria que "é aceita e ganha forma a novidade por excelência, o novo mundo redimido, capaz do bem, da verdade e da beleza, apesar do ódio, da falsidade e do horror à sua volta e com o qual deve dolorosamente reconhecer-se".

Olhar para Maria "pode dar um novo significado às nossas relações pessoais e sociais, muitas vezes, tão cansadas e exaustas de uma cultura masculina e, por vezes, machista onde a competição para se sobressair e a performance condicionam e falsamente regulam o equilíbrio entre as pessoas e as gerações", concluiu dom Moraglia, antes de invocar a intercessão de Nossa Senhora da Saúde sobre a Igreja em Veneza e sobre todos os venezianos.

(Trad.:MEM)


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Análise
A educação segundo o Concílio Vaticano II 
Princípios da educação cristã

Por Pe. Anderson Alves


ROMA, 20 de Novembro de 2013 (Zenit.org) - Algo ainda pouco conhecido é que o Concílio Vaticano II, concluído há mais de 50 anos, tenha tratado a importância da educação e a sua grande influência no progresso dos povos. De fato foi publicada então a declaração Gravissimum educationis exclusivamente sobre o tema. Naquele texto constatava-se que a educação é cada vez mais urgente, algo mencionado inclusive na Declaração universal dos direitos humanos da ONU de 1948. E desde o século passado ocorre uma crescente reflexão sobre os métodos pedagógicos[i]. Vejamos aqui algumas declarações dos padres conciliares naquele importante e pouco conhecido texto.

Uma das primeiras coisas ditas é em que consiste uma «educação adequada»: é aquela que cultiva simultaneamente a verdade e a caridade, ou seja, o amor pela verdade e a busca pelo verdadeiro bem (proêmio). A educação, pois, não se reduz a uma mera transmissão de informações, como se insere dados num computador, mas é uma tarefa essencialmente humana e visa a formação de homens íntegros. E isso só é possível com a colaboração da inteligência e da liberdade do educador e do educando. Um primeiro requisito então para uma autêntica educação é considerar cada aluno como uma pessoa única e irrepetível, e não como uma fração no meio de um grupo. Isso implica o esforço por conhecer cada aluno pelo nome e levá-lo a sair do anonimato da massa[ii]. É necessário então intepelar a responsabilidade pessoal, estimulando o jovem para que ele se esforçe em desenvolver as capacidades de que foi naturalmente dotado.

E outro desafio importante da educação é a integração dos diversos saberes na unidade da vida pessoal. Se isso não ocorre, diversos setores do conhecimento disputarão entre si a primazia sobre os outros (matemática, física, psicologia, história, sociologia, economia etc.), como ocorre desde o início da modernidade. Como consequencia, os alunos se sentem perdidos e desestimulados. De fato, o conhecimento transmitido deve ser assimilado e integrado, pois a pessoa é sempre uma realidade una e nunca fragmentada[iii]. Quando ocorre a integração, as pessoas amadurecem e se tornam preparadas para a vida social, para trabalhar em prol do bem comum com espírito de verdadeiro respeito e autêntico diálogo (n. 1).

E a Igreja tem a missão de anunciar o mistério da salvação e de restaurar todas as coisas em Cristo, elevando tudo o que é humano ao nível divino. Por isso a Igreja busca cuidar de toda a vida do homem e desde as suas origens assume a tarefa de cultivar o progresso das pessoas, educando-as segundo princípios próprios (proêmio).

Um princípio da educação cristã afirmado é o direito inalienável de todos os homens à educação. Isso provém da sua dignidade de pessoa, e não de alguma concessão por parte do Estado ou de algum grupo social (n. 1).

Outro princípio importante diz que a educação deve corresponder ao fim próprio do homem: a vida de comunhão com Deus e com o seu próximo[iv]. A verdadeira educação almeja a formação integral da pessoa em ordem ao seu fim último o qual não exclui, mas engloba o bem das sociedades terrenas (n. 1). De fato, dificilmente pode-se falar de uma ética sem uma relação explícita com Deus. Os atuais modelos éticos, baseados no chamado "pensamento débil", conseguem ao máximo elaborar um limitado código de conduta, uma espécie de "moral de mínimos" para evitar choques frontais entre as liberdades individuais, mas isso é incapaz de satisfazer as perguntas mais profundas do coração humano. Uma ética satisfatória deve se articular ao redor da pergunta pelo bem, ou seja, pelo que se deva fazer para ser bom e alcançar o fim último. Se não for assim, pode-se aderir a códigos de condutas mais ou menos arbitrários, mas não dirigir realmente a vida humana para a sua realização plena.

Para que a educação seja efetiva, diz ainda o Concílio, é preciso considerar as contribuições das diversas ciências (psicologia e pedagogia principalmente), de modo que os jovens sejam ajudados a desenvolver harmonicamente as suas qualidades físicas, intelectuais e morais, conquistando gradualmente o sentido da responsabilidade pela própria vida e o conhecimento da autêntica liberdade (n. 1). A educação deve então ajudar a apreciar e praticar os justos valores morais, sendo o principal deles o conhecer e amar a Deus que criou o homem para ser seu interlocutor. Deus criou o homem livremente, ou seja, por amor e para amar, e nesse fato se funda a liberdade humana. Os Estados, portanto, não podem negar aos jovens o «sagrado direito» de serem educados segundo os valores morais e religiosos próprios e familiares.

Então o documento do Vaticano II diz que todos os cristãos têm o direito a receber a educação cristã, a qual visa levar os jovens a alcançar a maturidade humana e a conhecer o mistério da salvação no qual foram inseridos. Por isso os alunos devem ter a possibilidade de crescer na fé que receberam, de prestar culto a Deus, de levar uma vida de justiça e santidade, colaborando com a expansão do Reino de Deus. Desse modo os leigos se tornam conscientes da vocação que receberam de conformar de modo cristão o mundo, o qual supõe assumir os valores naturais na consideração integral do homem remido por Cristo. Os cristãos sendo educados e agindo segundo a lei da liberdade cristã cooperam ao desenvolvimento da sociedade terrena e trabalham pelo reino de Deus para o qual foram chamados (n. 2).

[i] Gravissimum educationis, Declaração sobre a educação cristã, publicada em 28/10/1965. Disponível em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_gravissimum-educationis_po.html

[ii] Horkheimer e Adorno analisaram a presumida autosuficiência do progresso intelectual da modernidade. E denunciaram a «triunfal desventura» causada pela hegemonia da técnica (superioridade do «fazer» sobre o «ser»). A técnica «realiza a angústia mais antiga, aquela de perder o próprio nome». Esse seria o custo pago quando se trocou o antigo ideal sapiencial da educação para o moderno. Passou-se do ideal de «saber viver» para o «saber fazer». Cfr. M. Horkheimer, T.W. Adorno, Dialettica dell'illuminismo, Torino, Einaudi 1966, pp. 11, 36 e 37.

[iii] Cfr. C. Cardona, Etica del quehacer educativo, Rialp, Madrid 1990, cap. 1.

[iv] J. Maritain, L'educazione al bivio, Brescia, La Scuola 1963, pp. 15-16: «Os seus meios [da educação contemporânea] não são maus; ao contrário, são geralmente melhores daqueles da velha pedagogia. O problema é precisamente que esses são tão bons que nos fazem perder de vistas o fim [da educação]».


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